O porcentual de devoluções de cheques pela segunda vez por insuficiência de fundos foi de 2,19% no primeiro semestre de 2015, segundo pesquisa realizada pelo Serasa Experian de Cheques Sem Fundos. Os dados mostram um aumento de cheques que retornaram pela segunda vez em relação ao total dos compensados no mesmo período.
Esta foi a segunda maior alta para o período de toda a série histórica, desde 1991. O recorde do semestre foi em 2009, com 2,30%. Se comparado ao mesmo período de 2014, esse porcentual foi de 2,09%. Considerando apenas o mês de junho de 2015, o porcentual de devolução de cheques sem fundos foi de 2,02%, menor que a devolução de 2,29% registrada em maio de 2015 e maior que a devolução de 1,92% ocorrida em junho de 2014.
O Alto Tietê não fica de fora dessa estatística. Na Autoescola Nativa, em Itaquaquecetuba, o proprietário Ruy de Queiroz Telles Junior diz que o número de cheques que retornaram pela segunda vez por falta de fundos teve notavelmente um crescimento nos últimos meses no estabelecimento.
Em Suzano, na loja Creative Lazer, especializada em pedras decorativas, lareiras e churrasqueiras, entre outros, não foi diferente. "Quando acontece essa situação, tentamos sempre negociar de forma amigável com os clientes", afirma o gerente Nilton Correa.
Já em Mogi das Cruzes, muitos comerciantes também afirmaram ter tido problemas com cheques no primeiro semestre do ano. Segundo a gerente-administrativa Priscila Cometi Ferraresso, da empresa especializada no aluguel de caçambas, a Transentulho Transportes, houve também aumento no número de devoluções de cheques pela segunda vez. "Notamos em nosso empreendimento, que esse número cresceu comparado ao mesmo período do ano passado. Além disso, muitos clientes não se mostram surpresos quando entramos em contato para avisar sobre o ocorrido. A crise econômica no País parece estar afetando a todos na região", conta.
Para o proprietário do autoposto Uchikawa e Kano de Mogi, Donato Yuji Kano, a solução para muitos casos de cheques que retornavam foi de aceitar apenas o pagamento de clientes cadastrados em seu autoposto. "Passando a aceitar cheques apenas de clientes cadastrados nunca mais tivemos problemas com esse tipo de situação", afirma.
Para os economistas da Serasa, o aumento de cheques devolvidos no primeiro semestre deve-se, principalmente, aos reflexos do aumento do desemprego, da inflação e das taxas de juros na capacidade de pagamento dos consumidores. (V.F.)