Não bastasse estar ocupada irregularmente por barracos, uma área pública no Jardim Monte Cristo, em Suzano, agora está se tornando um lixão clandestino. Foi o que mostrou o Dat na edição de ontem. A equipe de reportagem estava próximo dali, em uma obra da prefeitura para a implantação de novos campos de futebol para equipes amadoras daquela região, logo atrás da Lagoa Azul, quando sentiu um odor intenso e insuportável.
Interpelado, um morador da invasão informou que detritos têm sido descartados diariamente no local há tempos. O lixo seria oriundo de um supermercado do município, mas o despejo estaria sob responsabilidade de outras pessoas e encabeçado por um pastor evangélico. Chegando ao local, a equipe constatou a cena lamentável: restos de comida (carnes, verduras e frutas), sacolas plásticas, entulho e tudo o mais que não poderia ser jogado ali.
Questionada, a Prefeitura de Suzano informou não saber da situação, porém tratou logo de garantir que tomaria providências com o envio de membros da Fiscalização Ambiental. Infelizmente, como prevê a legislação, uma punição contra o ato ilegal e irresponsável só aconteceria caso alguém fosse flagrado descartando os resíduos, como a própria administração municipal explicou na matéria de ontem.
 O problema por si só é preocupante. Despejar lixo em uma área e fazer dela um aterro sanitário clandestino é crime ambiental dos mais graves. Mostra como é inconsequente o autor disso. E se as informações apuradas pela reportagem forem realmente confirmadas, cabe ao Poder Público cumprir a sua parte e descobrir e punir o estabelecimento comercial que seria dono dos detritos e também a pessoa que estaria coordenando o descarte. Ninguém pode se achar no direito de fazer o que quiser em uma área que não é sua, quanto menos agredir o meio ambiente com o despejo de resíduos.
Algumas pessoas que ali moram afirmaram que muitos dos invasores também jogam lixo no local, seja o deles ou mesmo o recolhido de algum lugar. Em uma região que já tem um problema do passivo ambiental que é a Lagoa Azul - antigo ponto de extração de areia e argila - parece até ironia que algo desse tipo comece a tomar forma.
Claro que é praticamente impossível que a prefeitura dê conta de fiscalizar constantemente todo o território do município. Mas com o fato evidenciado, o mínimo que se espera é que algo seja feito, e rápido. Do contrário, o lixão que se originou ganhará proporções ainda maiores.