Cresce a preocupação de que a China possa estar em meio ao processo de pouso forçado da economia. Dados fracos reforçam o entendimento de que o país não enfrenta apenas uma desaceleração temporária e analistas já preveem que a turbulência chinesa tem chances de persistir por vários meses. O medo é que a piora da situação enterre de vez a expressão "ritmo chinês". Para explicar a mudança do momento da segunda maior economia do mundo, economistas citam da mudança na demografia até a grande capacidade de alguns setores da economia.
De principal motor do crescimento mundial a motivo de dor de cabeça. Em uma frase, essa pode ser a síntese da história econômica recente da China. O país, que crescia a um ritmo de dois dígitos e conseguiu amenizar a crise financeira de 2008, parece estar em um momento de inflexão: a atividade esfria há vários trimestres, há indicação de contração nas fábricas, as exportações desaceleram, as ações despencam sem motivo aparente e, em um movimento surpreendente, Pequim flexibilizou o câmbio e permitiu alta de 3% do dólar sobre o yuan.
"A desaceleração é mais que cíclica. Nossos economistas avaliam que a China enfrenta um declínio estrutural na tendência de crescimento e que não vivemos apenas o impacto de fatores cíclicos ou da apreciação do yuan vista desde o último verão", dizem os analistas do banco francês BNP Paribas. Para os economistas da casa, já é possível falar em "um novo paradigma chinês". 
Para os analistas do Lloyds Bank, a desconfiança com a China cresce porque praticamente todas as frentes geram dúvida no investidor. Há, por exemplo, firme desaceleração na atividade, exportações apresentam resultado volátil e há ansiedade crescente sobre o que o governo fará no câmbio e com a queda das ações. Também há temor de bolha em setores como o imobiliário. (A.E.)