Pesquisas recentes apontaram que o brasileiro é mais adepto às cotas sociais do que às raciais. O resultado mostrou que 48% apoia cotas sociais no acesso às universidades.
O total caiu para 38% quando pergunta sobre afrodescendentes e minorias.
Nada mais justo, uma vez que a diferenciação de raça nem deveria existir. Essa nomenclatura surgiu devido ao racismo, baseado na construção cultural infundada, onde existe uma suposta inferioridade da população negra em relação à branca.
Onde não existe racismo é no ensino superior brasileiro. Ele é igualmente ruim para todos. É necessário melhorar a qualidade de ensino, abrangendo e beneficiando todos os alunos.
A cota para negros em universidades pode curar o preconceito com mais preconceito. Como fica a situação do branco que mora na favela? Existem muitos. E eles sofrem com o péssimo ensino no Brasil, assim como o negro. E não há cotas para eles, o que acaba criando o preconceito de forma inversa. Imagine um branco pobre que quer ingressar na faculdade e estuda muito mais do que seu vizinho negro. Neste caso, o menos estudioso poderá, por meio da cota, ingressar na faculdade com mais facilidade. E o branco, o estudioso neste caso, não terá a mesma oportunidade.
O sistema antidiscriminatório da política de cotas raciais atenderá apenas uma parcela da numerosa população brasileira negra e parda. A tentativa de combater o racismo é, portanto, pobre e falha.
Não trará efeitos práticos à favor da população negra. Apenas beneficiará alguns de seus integrantes, que poderão, inclusive, sofrer ainda mais discriminação nas faculdades por ingressarem em virtude das vagas destinadas à cota racial.