O governo federal e sua incrível capacidade de nos desagradar. Menos de uma semana depois de anunciar que pagaria as duas parcelas do 13º salário dos aposentados normalmente, ou seja, sem colocar em prática a temida ideia de quitar a bonificação em três vezes, agora fala em retomar a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF). Para lembrar os mais desavisados, o imposto foi extinto em 2007.
O objetivo de cobrar 0,38% dos brasileiros é para arrecadar cerca de R$ 70 bilhões ao ano e investir na Saúde. Para o governo, esta é a única possibilidade para manter os gastos neste setor. No entanto, a notícia da volta da CPMF agitou Brasília e gerou vários boatos, até mesmo o de que a ação teria surgido de dentro do governo para prejudicá-lo, para a população se irritar ainda mais e ter mais um motivo para pedir o impeachment.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), avisou que acha pouco provável que a contribuição seja aprovada. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também se posicionou contra a volta da CPMF.
A presidente Dilma Rousseff (PT) tem mostrado que realmente não tem controle do que ocorre no Planalto. A medida de voltar atrás e pagar os aposentados em duas vezes, por exemplo, não combina em nada com sua postura. Parece bem ter sido um conselho de Lula para agradar parte do eleitorado. Agora, a volta da CPMF foi divulgada pelo seu ministro da Saúde, Arthur Chioro, e já causou raiva em muita gente.
O principal motivo para a retomada da contribuição seria o déficit econômico do governo, que está em R$ 9 bilhões, devido à crise econômica. Mais uma vez, o povo pagará imposto para aumentar a arrecadação do governo.
O cenário mostra que Dilma perdeu a mão. Ela já anunciou que terá de cortar dez ministérios e demitir mais de mil funcionários. É o momento em que perguntamos por que estes dez ministérios foram criados, então, já que não são os mais essenciais? Se não temos dinheiro para manter a Saúde, a Educação e a Segurança, que obviamente são essenciais, por que criar os ministérios da Pesca, Desenvolvimento Agrário, Igualdade Racial, entre outros?
O governo de Fernando Collor de Melo tinha 12 ministros; Fernando Henrique Cardoso nomeou 26; Luiz Inácio Lula da Silva deu cargo para 34; e Dilma Rousseff conta ainda com 37 ministérios. Agora, o governo vem pedir mais uma vez a nossa contribuição, com a CPMF.