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Atrás da cortina do entretenimento, as novelas fazem com que a ficção exponha ao debate temas reais. Para isso, o autor, que cria a história e seus personagens, conta com a ajuda de pesquisadores para que a trama se torne o mais verossímil possível. Ao lado dos colaboradores e do autor, eles têm papel fundamental na hora da construção de uma história, ajudando a destrinchar argumentos específicos e a problematizar situações reais. Para "Verdades Secretas", atual novela das 23 horas, Walcyr Carrasco diz que conhecer o mundo das passarelas foi fundamental. Jornalista por formação, o autor usou de sua experiência como diretor da revista "Vogue" como material de pesquisa.
Glória Perez é conhecida por não usar colaboradores para escrever seus folhetins. Auto-centrada, ela gosta de decidir detalhes de cada personagem. No entanto, não dispensa o uso de pesquisadores. Julia Laks trabalhou com a autora em tramas como "Dupla Identidade", "Caminho das Índias" e "Salve Jorge". Com novelas mais humanizadas, Manoel Carlos também tem o cuidado de se cercar de pesquisadores antes de dar formato às suas histórias. Em "Viver a Vida", uma das questões que mais deu trabalho para o autor foi no núcleo de medicina paliativa. Mariana Torres, que trabalha com Maneco, conta que foi diversas vezes ao Instituto Nacional do Câncer (Inca), localizado no Rio de Janeiro.
A medida para informar a realidade de certas questões e ainda manter o nível de entretenimento é complicada. Íris Abravanel, que escreve para o SBT, sabe bem disso. A autora garante que já chegou a contar com um time de até oito pesquisadores. "Não é uma questão de facilitar meu trabalho ou não. É de poder ter mais propriedade na hora de contar uma história", diz Ísis. Tramas bíblicas, como as da Record, também precisam de um certo rigor na pesquisa. Apesar das histórias, costumes e vestimentas já terem sido retratadas diversas vezes e estarem no imaginário, outros elementos podem contribuir para a verossimilhança do folhetim. Irene Bosísio é a responsável por dar mais detalhes de "Os Dez Mandamentos". "São pequenas coisas que aproximam a história de quem está assistindo", conta ela. (T.P.)