Todo o nosso progresso tecnológico, que tanto se louva, o próprio cerne da nossa civilização, é como um machado na mão de um criminoso". A frase dita pelo físico Albert Einstein (1879-1955) é antiga, mas pode ser muito bem adaptada aos dias atuais. Principalmente se tratando de comentários racistas e xenófobos que são postados em redes sociais todos os dias.
A internet trouxe ao homem muitos benefícios, como a rapidez da informação e a comunicação sem limites. Mas, por outro lado, ela prova que a tecnologia cresce em ritmo mais acelerado do que o homem pode suportar.
Basta analisar a grande quantidade de comentários desrespeitosos que são disparados todos os dias nas redes sociais, e como cresce o número de denúncias em casos como estes, para constatar que a tecnologia avançada pegou a humanidade - enraizada no preconceito - de surpresa.
E como muita gente ainda acredita que a internet é um mundo à parte e sem leis, as redes sociais são pratos cheios para ofensas pessoais gratuitas.
Segundo levantamento feito pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da organização não governamental (ONG) SaferNet Brasil, as denúncias relacionadas a conteúdos ilícitos na internet aumentaram 8,29% em 2014.
Recentemente, presenciamos os ataques racistas dirigidos à garota do tempo do Jornal Nacional, Maria Julia, a Maju, disparados nas redes sociais. O caso teve grande repercussão justamente por se tratar de uma pessoa pública, porém, não é um caso isolado.
No caso Maju, a Polícia Civil já localizou pelo menos um suspeito. É bom lembrar que a pena a quem divulga mensagens relacionadas a preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, segundo o artigo 140 do Código Penal, é de 2 a 5 anos de reclusão.
O homem já foi do campo, da cidade e agora é da internet. E nesse novo meio de vida encontramos de pedofilia ao Caso Maju, por isso, a lei deve ser aplicada com rigor.
Só não podemos esquecer que o mundo virtual apenas reflete a realidade da sociedade, ou seja, a culpa não é da tecnologia. O racismo não está na internet e sim nas pessoas.