No ano passado, vivenciamos a pior crise hídrica da história e quase ficamos sem um dos nossos bens mais preciosos: a água. Sem esse líquido, nós não sobrevivemos por muito tempo, para você ter uma ideia, ela é mais necessária ao corpo humano do que o alimento. Faz parte da cultura brasileira achar que a água é eterna e uma fonte inesgotável, mas, desde 2015, as pessoas tiveram de rever os seus pensamentos sobre esse recurso. Próximos ao Dia da Água, celebrado em 22 de março, o Diarinho traz esse importante assunto em destaque. Uma forma de refletirmos sobre esse bem precioso e a necessidade de utilizá-lo, com ou sem crise hídrica, de forma consciente. Este é o nosso dever.
Uma situação preocupante
As represas Paraitinga, Biritiba, Ponte Nova, Jundiaí e Taiaçupeba são as que abastecem e compõem 100% do Sistema Hídrico do Alto Tietê. Com a falta da água elas chegaram a ficar abaixo do nível, conforme exposto pela Agência Nacional de Águas. Por conta disso, tivemos dias que não caíam um pingo de água da torneira. Este cenário marcou 2015, quando a região Sudeste teve de enfrentar a falta de água devido à escassez do volume nas represas que abastecem as cidades. Com o início do racionamento, as famílias foram obrigadas a adotar estratégias para não ficar sem o recurso, e, a partir de então, houve um consumo consciente pela população.
Momento atual
Hoje, após dias de muita chuva, as represas estão conseguindo se reabastecer. No mês em que se celebra o Dia da Água, vale lembrar que o uso consciente deve ser mantido e este precisa ser um hábito constante na vida de todos. A água é um bem precioso e ela ainda corre o risco de acabar. Por isso é essencial a sua preservação. A equipe do Diarinho conversou com o Serviço Municipal de Águas e Esgostos de Mogi das Cruzes (Semae). A assessoria de Imprensa da autarquia apontou a situação atual da cidade. "Nos últimos anos, o abastecimento está sendo ampliado com a construção ou modernização de redes, estações e reservatórios, o que garante o acesso à água tratada, incluindo os bairros distantes, onde o serviço é prestado por meio de reservatórios, poços artesianos e caminhões-pipa", explica.
Além disso, a população tornou-se mais consciente e aprendeu a usar a água de forma prudente. "A conscientização deve ser incentivada desde cedo. Mostrar às crianças a importância de pensar no coletivo é de fundamental importância para garantir que haja água para as futuras gerações", adverte o Semae.
Um bem essencial à humanidade
Pesquisas do Greenpeace apontam que cerca de 19% da Floresta Amazônica foram destruídos nos últimos 40 anos. Os impactos disso já podem ser sentidos para muito além de cidades próximas à floresta. Na escola, aprende-se que as árvores auxiliam na produção de chuva. Ao desmatar a Amazônia, por exemplo, o homem interfere de forma negativa no ciclo da água. Esse cenário somado aos hábitos inapropriados do ser humano, como escovar os dentes com a torneira aberta, tomar banhos demorados, lavar o carro, quintais e áreas residenciais com mangueira, dentre tantos outros, contribuíram para o inesperado racionamento, que assustou a população por um bom tempo.
Sem chuvas e com o desperdício da água, pessoas perderam plantações, animais morreram de sede e fome e houve até queda na produção de empresas. Você sabia que até o que você veste precisa da água para ser confeccionado? Pois é, as indústrias sofreram muito com essa falta e com isso o bolso do brasileiro também. Muitos produtos passaram a custar mais caro após esse período, afetando também a situação econômica do País.
Mais que obrigação
Para incentivar a economia de água durante a crise hídrica, o Semae distribuiu folhetos aos consumidores em conjunto com as contas de água e materiais de orientação nos postos do PAC (Prefeitura, Brás Cubas e Jundiapeba). Mas este trabalho não acabou, segundo a autarquia, isso deve ser constante. "Realizamos o ciclo de palestras 'Conhecer para Economizar', em que técnicos fazem palestras nas escolas municipais sobre o consumo consciente de água. Para as crianças, o Semae lançou, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o jogo escolar 'Amigos da Água', além de quebra-cabeças e adesivos que são utilizados em atividades educativas para desenvolver nas crianças atitudes que as levem a um consumo consciente e ainda que multipliquem esse conhecimento com os pais e demais membros da família".