Envelhecer significa passar por um processo natural e inevitável ao ser humano. No entanto, quando falamos em mulheres idosas, é fundamental que se considere os diversos papéis sociais por elas vividos ao longo doa anos. Quase sempre sendo valorizada exclusivamente pelos seus papéis de mãe e esposa, tendo como atributo principal de sua vida, o lar e os cuidados com os membros da família, sua própria vida , seus sonhos e projetos ficavam em segundo plano.

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Com o aumento da expectativa de vida, mais mulheres acima dos 60 anos se tornaram cuidadoras de seus pais, também idosos. Além disso, ajudam a cuidar dos netos ou a fazerem os serviços domésticos para os filhos.

 

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as pessoas idosas representam um quinto da população brasileira. Dessas, 18,5% trabalham, 85% moram com outras pessoas e 75% contribuem com pelo menos metade da renda familiar. Já segundo pesquisa do Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), a inflação dos serviços de saúde e remédios passou de 22% para 30% a proporção de brasileiros afetados pela alta de pela alta de preços em 2022. Com isso, muitos idosos não conseguem se manter ou contribuir com a renda familiar apenas com as suas aposentadorias, sendo obrigados a voltarem ao mercado de trabalho atrás de uma vaga de emprego.

 

Uma forma relevante de suporte a essas mulheres são as chamadas redes de apoio, composta, em muitos casos, por familiares. "Sentir-se ouvido e acolhido é essencial para o bem-estar emocional. As mulheres idosas que possuem uma rede de apoio emocional se sentem mais seguras e confiantes, pois sabem que podem contar com pessoas que as escutam sem julgamentos, que oferecem suporte e orientação nos momentos difíceis. Essa rede de afeto contribui para a saúde mental e física, além de promover o sentimento de pertencimento e de valorização", explica a presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Naira Lemos.

 

A SBGG destaca a importância de ações governamentais que possam oferecer mais suporte às mulheres idosas, principalmente aquelas direcionadas aos direitos sociais, como por exemplo aumentar o investimento em programas de prevenção e combate à violência, ampliar o acesso a serviços de saúde de qualidade, com foco na prevenção e atenção especializada às doenças prevalentes na população idosa feminina. Além disso, garantir o acesso a serviços de apoio social e familiar, como centros de convivência, e programas intergeracionais, são algumas das políticas públicas que podem ser implementadas para ampliar a qualidade de vida e a dignidade da mulher idosa.

 

"É necessário trazer à tona, sempre, pautas direcionadas aos direitos sociais da população idosa, em especial aos da mulher idosa. Temos que ter um olhar mais acentuado a esse público que executa um papel fundamental na sociedade, e que muitas vezes é invisibilizado", finaliza Naira.

 

Sobre a SBGG

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), fundada em 16 de maio de 1961, é uma associação civil sem fins lucrativos que tem como principal objetivo congregar médicos e outros profissionais de nível superior que se interessem pela Geriatria e Gerontologia, estimulando e apoiando o desenvolvimento e a divulgação do conhecimento científico na área do envelhecimento. Além disso, visa promover o aprimoramento e a capacitação permanente dos seus associados.