Embora com números praticamente inalterados em relação ao ano anterior, o total de casos de estupro registrado nos primeiros cinco meses do ano, ultrapassa 250 ocorrências em toda a região e gera grande preocupação. Esse tipo de crime tem como principais vítimas mulheres, e principalmente crianças e adolescentes de até 14 anos, assim como pessoas que não conseguem oferecer resistência, o que é caracterizado como estupro de vulnerável.
Os indicadores criminais são divulgados mensalmente pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, como destacamos na edição digital de hoje os números de janeiro a maio deste ano em comparativo com o mesmo período de 2024. Porém, eles podem também não representar o total de vítimas, principalmente no que tange aos estupros, já que nem todo crime é notificado à Polícia, ou seja, não há registro de Boletins de Ocorrências. E é sobre esses dados notificados que a Segurança Pública trabalha no combate ao crime.
Quem sofre esse tipo de violência, além da grande violação sofrida, também enfrenta dificuldades na busca pelas autoridades, ainda sendo vítima de reações das mais diversas, e embora todos os avanços com as Delegacias da Mulher e os protocolos voltados para a proteção feminina, ainda há quem culpe a vítima pela vestimenta ou local e horário onde estava.
O problema também está na cultura que vivemos, que também evoluiu, mas ainda tem enraizado o machismo e enxerga a mulher e também os mais vulneráveis como seres inferiores, sujeitos aos desejos de quem quer que seja.
Precisamos sempre avançar cada vez mais para uma sociedade mais equânime, com a plena garantia de direitos para todos, sejam para as pessoas dos mais diversos gêneros, idades e orientação sexual.
Certamente às forças de segurança estão atuando fortemente, mas ainda é grande a sensação de insegurança, principalmente nos centros urbanos. Ainda é longo o caminho para uma sociedade menos desigual e mais justa para todos, inibindo o avanço da violência, seja de qual tipo for.