A discussão nacional a respeito do retorno das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas ganhou um capítulo particular, ontem, com a decisão de Mogi das Cruzes de liberar a reabertura das unidades de ensino somente no próximo ano. A reunião realizada no período da manhã, envolvendo as secretarias de Saúde e de Educação, além dos comitês da Covid-19 e o Gestor de Retomada Gradativa das Atividades Econômicas, confirmou o que já era previsto nos dias anteriores: aulas presenciais apenas em 2021.
Com isso, Mogi se junta as municípios de Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Poá, Santa Isabel e Suzano, no Alto Tietê, que já haviam tomado decisão semelhante. Ao contrário do que determinou o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que autorizou a volta das aulas, de forma optativa, na capital paulista desde a última terça-feira, a região resistiu às pressões econômicas e protelou para 2021 o retorno dos estudantes às escolas.
O governo do Estado deu autonomia aos municípios para tomarem as decisões de acordo com as características de cada região. Por aqui, mesmo com a flexibilização da economia e o retorno às atividades de diversos setores, incluindo ocupação de espaço físico para clientes e tempo de funcionamento diário, o que prevaleceu foram as orientações médicas e sanitárias. O mais sensato mesmo é reabrir as escolas em 2021 e criar um calendário de recuperação para diminuir os prejuízos dos estudantes que ficaram limitados a atividades online neste ano.
Dentre as justificativas para a decisão mogiana, a segunda onda da pandemia que tem atingido vários países na Europa, forçando, inclusive, ao uso de lockdown para retirar as pessoas das ruas, pesou na avaliação. Também foram considerados o aumento na quantidade de pacientes na cidade que precisam de atendimento e internações e a testagem realizada entre os dias 21 e 25 de setembro, que mostrou um baixo índice de crianças e profissionais da Educação que tiveram contato com o vírus. O bom senso demonstrado pelas autoridades do município na decisão de permitir aulas presenciais apenas em 2021 deve ser elogiado.