Enquanto avançam medidas de liberação da economia, com a abertura de shoppings e comércio, o que aumenta a possibilidade de aglomerações e maior disseminação da Covid-19, São Paulo se tornou o terceiro Estado, província ou região do mundo com mais casos de coronavírus.
De acordo com boletim da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado ontem, o Estado registrou 5.380 novos casos e totalizou 167.900 registros, ultrapassando Nova Jersey, nos EUA, com 166.164. Agora, o Estado paulista fica atrás de Moscou (202.935), na Rússia, e Nova York (380.892), também nos EUA. Em relação ao número de mortes, São Paulo registrou 223 novos casos (10.368), com dados do consórcio das mídias do Brasil.
Com os números, São Paulo fica à frente de países como a Inglaterra, que registra 156.018 casos de Covid-19. Dos 645 municípios do território paulista, houve pelo menos uma pessoa infectada em 572 cidades, sendo 303 com um ou mais óbitos.
O avanço da doença corre paralelamente à flexibilização e à retomada da atividade econômica. O comércio de rua na cidade voltou a funcionar na quarta-feira com movimento intenso nos principais centros populares.
As lojas cumpriram as medidas preventivas, como o uso de máscaras. Por outro lado, houve filas e aglomerações na entrada. A retomada vem gerando críticas. O infectologista Eliseu Waldman considera a abertura um erro. "Vai acontecer na capital o que está acontecendo no interior. As cidades que já tinham a classificação amarela, que permitia até a abertura de restaurantes, têm de retroceder e vão fechar em função ao aumento do contato entre as pessoas e a disseminação do vírus", opinou o professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.
O primeiro dia de reabertura de lojas de rua de São Paulo, na parte da manhã, com operação também dos shoppings, na parte da tarde, manteve a taxa de isolamento social na cidade nos mesmo patamares observados nas semanas anteriores. O índice na capital paulista ficou anteontem em 48%, segundo dados divulgados ontem pelo governo.
Embora a taxa não tenha caído, a semana que se encerra hoje será a primeira em quatro semanas sem que, em nenhum dia, o patamar de pessoas em casa não alcance a marca de 49%, ainda segundo dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico. (E.C.)