A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã de ontem, em Brasília, a ativista bolsonarista Sara Winter. A ordem de prisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito sobre a organização de atos antidemocráticos Há outros cinco mandados de prisão em cumprimento, todos contra lideranças do grupo "300 do Brasil".
Segundo apurado pelo Estadão, os pedidos de prisão foram feitos pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, e enviados ao gabinete de Moraes na sexta-feira passada.
O inquérito no qual Moraes decretou as prisões de Sara Winter e outros cinco lideranças do "300 do Brasil" foi aberto no dia 21 de abril, a pedido do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, para apurar "fatos em tese delituosos" envolvendo a organização de atos no Dia do Exército (19 de abril) que contaram com palavras de ordem contra o STF e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), pedidos de intervenção militar e ainda faixas com inscrições favoráveis a um novo AI-5, o mais duro ato da ditadura (1964 a 1985). O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursou em uma das manifestações.
Ao enviar o pedido de investigação ao STF, Aras disse que os "fatos em tese delituosos" foram cometidos "por vários cidadãos, inclusive deputados federais". A investigação foi aberta para verificar se houve violação à Lei de Segurança Nacional.
Ao autorizar o inquérito, Moraes destacou que a Constituição "não permite o financiamento e a propagação de ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático, nem tampouco a realização de manifestações visando o rompimento do Estado de Direito".
Após a prisão de Sara Winter, um grupo de 13 manifestantes foi à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal carregando faixas de apoio ao grupo que, no último sábado, disparou fogos de artifício em direção à sede do Supremo Tribunal Federal (STF).