Na sexta-feira tive o prazer e a honra de participar de uma live com minha amiga Tatiana Moya. O tema foi "a importância do Estado no enfrentamento da pandemia".
A primeira pergunta formulada foi: O que é Estado? Eu costumava dizer que o Estado é uma instituição que regula o conjunto das relações que estabelecemos, que são reguladas por instituições específicas (relação religiosa/igreja, relação familiar/família, relação educacional/escola...) e o Estado regula todas essas instituições.
Na definição clássica, instituição é um conjunto de regras e procedimentos padronizados reconhecidos e aceitos pela sociedade. O Estado, como é uma instituição, também está contemplado nessa definição. Inclusive o Estado é a única instituição que tem a prerrogativa de fazer uso da violência física contra o indivíduo para que ele se comporte de acordo com as regras. Se um indivíduo é denunciado por ter cometido um delito e é intimado a depor numa delegacia e não se apresenta, o braço policial do Estado vai levá-lo.
Sempre dizia também que a história da humanidade é bem mais antiga do que a existência do Estado. As primeiras sociedades humanas não conviviam com a propriedade privada. Sendo assim, não se fazia necessário a existência de uma instituição reguladora de conflitos, pois não existia conflito intragrupo. No momento em que se discute tanto o tamanho do Estado, é bom não perdermos de vista que, esse mesmo Estado, que quase sempre foi conivente com o processo de concentração de riqueza nas mãos de poucos, não pode ser o "Estado Mínimo" que alguns setores defendem com tanto afinco, pois ele perderia a capacidade de ser o instrumento capaz de reverter essa tragédia social aqui produzida..
Os países que conseguiram os melhores resultados no enfrentamento da pandemia, pudemos notar a presença do Estado e do governo agindo de forma coerente, buscando a preservação do maior número de vidas possíveis.
Já por aqui, o que ainda observamos é o governo querendo desqualificar a pandemia, o conhecimento e as instituições que querem proteger as vidas.