No Estado de São Paulo, as atividades consideradas não essenciais começam a retomada no dia 1º de junho. Ideal ou não, o governo não consegue manter o isolamento e, com ou sem estrutura médica para atender os novos casos de Covid-19, essa reabertura na prática já começou.
Sem subsídio, sem dinheiro é impossível que empresas sobrevivam, especialmente as pequenas. A retomada é uma questão de sobrevivência, ainda que isso implique na maior exposição ao risco de contágio. O governo federal foi categórico ao afirmar que socorrer pequenas empresas é prejuízo, segundo o ministro Paulo Guedes na reunião de 22 de abril, tornada pública por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Como não há nada a esperar do governo federal o jeito é ir à luta, se expondo aos riscos do contágio e de propagação. Aliás, conhecendo a verdade revelada na reunião ministerial, não há nada a esperar. Não houve menção à crise sanitária, pelo contrário, as queixas eram pelo uso de algemas a quem desacatou autoridades sanitárias que decretaram o isolamento. Nada foi discutido sobre como combater a pandemia, o que significa que o pouco caso do presidente, na verdade, é uma política governamental.
Conhecer a verdade sobre o que pensam, falam e desejam o presidente e seus ministros retira a esperança de que as bravatas, fossem só bravatas. Não são. Sem comando, sem coordenação, sem senso da gravidade da situação sanitária, econômica e internacional, a única certeza que cada brasileiro pode ter é que ele não pode contar com o governo federal para enfrentar as crises. Deve contar consigo mesmo e com a sociedade organizada. Por isso a retomada já está acontecendo, com ou sem autorização dos governos estaduais e municipais.
Não é uma escolha é questão de sobrevivência. Compete a todos continuar se isolando na medida do possível, usando mascaras, higienizando continuamente as mãos e mantendo distância segura dos outros. Teremos que nos expor e seguir, porque estamos sozinhos, como, aliás, sempre estivemos. Força a todos os paulistas na retomada da locomotiva que puxa o Brasil.