Daqui a alguns anos, todos os registros sobre saúde, tanto estudos acadêmicos quanto livros de história e enciclopédias, tratarão a atual pandemia do coronavírus como um marco mundial na área da Saúde, aquele divisor que transformou a forma de encarar as doenças por um novo paradigma. Boa parte dos especialistas dividirão os acontecimentos em antes e depois da Covid-19. A doença talvez ainda não tenha sido erradicada, pois isso leva tempo e muita persistência nos tratamentos e precauções, mas terá deixado um rastro de milhares de mortes pelo mundo inteiro.
A história recente mostra o surto da febre hemorrágica ebola na África Ocidental, entre 2013 e 2016, como a epidemia que mais se assemelha a do coronavírus, em termos de pessoas infectadas. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) relatam a morte de mais de 11 mil pessoas, principalmente nos países africanos da Libéria, Serra Leoa e Guiné por ebola. Após quase um ano do início do surto, os pesquisadores conseguiram definir a sequência genética do vírus, o que permitiu a produção de medicamentos e vacinas. Mas a doença não foi erradicada. Dois anos depois, um novo surto surgiu na República Democrática do Congo, deixando mais de 2 mil pessoas infectadas e 1,3 mil mortos.
O coronavírus continua avançando no mundo inteiro, apesar de todas as medidas preventivas transmitidas pela OMS, como o isolamento social e as práticas de higiene e desinfecção de ambientes. Até ontem, o registro de mortos já havia uiltrapassado a casa dos 23 mil e mais de 500 mil pessoas estavam infectadas. Boa parte dos países ainda não atingiu o pico da epidemia, o que dificulta avaliar como o surto ocorrerá daqui para a frente. Mas as ações de precaução foram tomadas.
O que se espera também é que, depois que toda essa crise passar, as autoridades mundiais encarem a medicina como um segmento em constante desenvolvimento e que precisa de recursos para garantir o bem-estar das pessoas. O número de vítimas ainda está longe de ser decretado, mas que todos os mortos não tenham sido em vão.