O 13º para o Bolsa Família é fake. A medida provisória enviada ao Congresso Nacional autorizando o pagamento de 13º para o Bolsa Família apenas em 2019 já foi relatada pelo senador Randolfe Rodrigues, que defende não só a continuidade do benefício nos anos seguintes como sua extensão para os que recebem o BPC, benefício de prestação continuada, que é pago para pessoas em condições de miserabilidade ou incapacidade e que não sejam seguradas pelo INSS.
O problema é que o presidente da República não quer manter o 13º do Bolsa Família, sob o argumento de que não há recursos para honrar esse compromisso. A MP foi editada apenas para que o presidente pudesse cumprir, pelo menos em um ano, sua promessa de campanha de pagar o 13º aos mais necessitados. Em tese, ele cumpriu sua promessa de campanha pelo menos uma vez. Agora não quer a votação da MP muito menos sua ampliação, alegando não ter recursos para honrar o benefício que exigirá cerca de R$ 8 bilhões do orçamento.
Pois bem, o relator da MP, o senador Randolfe Rodrigues, foi vítima de linchamento virtual após ajuizar ação no STF contra o fim do DPVAT. Tentaram colar nele o apelido de senador DPVAT porque teria impedido o fim da cobrança do seguro obrigatório, de vultuosos R$ 6 ao ano. Agora, o senador DPAVT pode se tornar o senador 13º do Bolsa Família, que apoiou a manutenção e ampliação do benefício não só para o ano de 2019, mas de forma permanente. Certamente há mais beneficiários do Bolsa Família do que proprietários de veículos no Brasil.
Eleitoralmente o presidente sofrerá um desgaste gigantesco e o linchamento virtual promovido contra Randolfe custará caro agora. Como diz o dito popular, alegria de pobre dura pouco, no caso dos beneficiários do Bolsa Família um único ano, 2019, quando a injeção de recursos foi fundamental para aquecer a economia, assim como a liberação do FGTS.
Migalhas que, de certa forma, impactaram positivamente a economia. Se depender de Bolsonaro, em 2020 nem as migalhas virão.