As últimas mortes por afogamento registradas na região, conforme reportagem publicada no domingo passado por este jornal, dão conta de alguns fatores sempre alertados pelo Corpo de Bombeiros. No dia 14 de outubro, na Lagoa Azul, em Suzano, um homem de 30 anos perdeu a vida após entrar na água, segundo testemunhas, embriagado. No mesmo dia, no rio Jundiaí, em Mogi das Cruzes, um homem de 52 anos se desequilibrou na beirada da represa, caiu e morreu afogado. Uma terceira vítima fatal foi a de um bebê de apenas 1 ano, no lago conhecido como Nirvana, em Biritiba Mirim, que caiu na água após a distração dos pais.
Nas três situações fica a sensação de que as mortes poderiam ter sido evitadas, pois ocorreram por abuso, negligência e distração. É justamente essa combinação de fatores o que mais preocupa as autoridades. Quando os dias de calor se intensificam e as pessoas procuram se refrescar em áreas públicas, os riscos aumentam, já que a incidência dos fatores também cresce. Por mais que o Corpo de Bombeiros oriente sobre os riscos, as pessoas acham que é exagero e que nada vai acontecer, até que a fatalidade as surpreende.
Segundo os dados levantados pela reportagem, apenas nos três últimos anos, 97 pessoas morreram afogadas na região em lagos, rios e represas. Há também outro grupo de vítimas fatais de moradores do Alto Tietê que se desloca para as praias, nos finais de semana e feriados prolongados, e comete os mesmos tipos de imprudências. Assim como os bombeiros, os salva-vidas no litoral atentam para os perigos de enfrentar o mar em áreas desconhecidas, mas sempre há aquelas pessoas que desafiam os limites, principalmente os adolescentes.
Com a chegada do verão e das festas de final de ano, período em que aumenta o número de pessoas em circulação nas áreas de risco, os grupos de defesa civil renovam os alertas e reforçam as instruções com dicas para garantir a segurança. Porém, nada disso terá efeito se as pessoas não tiverem consciência dos perigos que piscinas, lagos, praias, rios e represas oferecem. Se a iniciativa não partir dos pais e responsáveis, as estatísticas só vão aumentar.