A mancha de óleo detectada na costa brasileira continua a se expandir, levando com ela onda de pessimismo e sofrimento pela dizimação da fauna e flora marinha, e pelo desespero dos que vivem da pesca.
O pessimismo, por se saber que passados mais de dois meses em que se constatou a mácula dos nossos oceanos, estratégia alguma foi traçada para se conter os estragos que, inexoravelmente, adviriam da catástrofe ambiental.
Realmente, ouvidos moucos, insensíveis ao drama que se amplia, as autoridades brasileiras - como tudo na atualidade nacional - tratam o problema, exclusivamente, com viés político.
Ou foi sabotagem; ou foi a Venezuela, "inimiga figadal", quem dolosamente nos "atacou" com o seu produto básico; ou foi o navio tal o responsável pela descarga, etc.
Que se achem os culpados! Afinal, alguém tem que ser responsabilizado pelos prejuízos que suportamos e suportaremos!
Mas, que se o faça depois de se tomarem medidas mais urgentes, as que redundem em efetivo combate ao episódio retratado.
Quantos países mais desenvolvidos - a mídia noticiou até com relativa frequência -, no passado experimentaram dissabores que tais? Não possuem eles, até pela experiência, condições de nos prestar ajuda através dos seus experts na matéria? Não possuem equipamentos a nós - que nunca estamos preparados para nada - desconhecidos?
Ou será que, como se demonstrou há pouco tempo, por ocasião dos incêndios na Amazônia, o tema meio ambiente não se internacionalizou?
Nada se ouve, no entanto, sobre a busca de socorro ante eles. Parece que, embora a globalização, somos ilha fechada, alheia a tudo e a todos, eis que "o mundo cobiça, sem dúvidas, nossos tesouros".
Enquanto isso, à custa da saúde, voluntários se esforçam por limpar as praias e o mangues, e as Forças Armadas, inocuamente, colocaram por aí meia dúzia de recrutas - dando o nome pomposo de "força tarefa" - cientes que nada será resolvido!
Até quando?