A pergunta está nos nossos lábios: "Homo sapiens ou Homo stupidus? Desprezando as lições da escola do passado que nos ensinou as consequências dos nossos acertos e dos nossos erros a geração presente, de forma negligente e irresponsável, se esforça para esquecer que nos sucederá uma geração futura que nos condenará pelos desmandos atuais, deixando como herança maldita um mundo sem fé, sem amor e sem Deus.
A letal filosofia do homem do 'aprés moi le deluge" (depois de mim o dilúvio) é bem mais amarga, teremos 'depois de mim a destruição nuclear da terra'. Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse já não estão mais em marcha, e, sim, a galope nesse final dos tempos: guerra, morte, fome e peste. A decadência da cultura caminha, lado a lado, com a destruição do meio ambiente que se aproxima perigosamente do irreversível.
Entre as várias definições de cultura uma das mais apropriadas é a de Albert Schweitzer: "Cultura é um progresso espiritual e material em todas as áreas, acompanhado por uma evolução ética do homem e da humanidade" Vista por esse ângulo, nossa civilização está bastante combalida, abismada em grave crise de identidade. Nosso planeta tornou-se uma aldeia global, ao vivo e on-line, e disso resulta que, além dos seus próprios problemas e incertezas, o homem ainda acaba sofrendo as dores do mundo.
Os rumos da nossa civilização estão sendo perigosamente norteados pelo impacto desse fenômeno, a tecnologia. M. G. Graudenz nos alerta sobre a flagrante desarmonia entre seus fantásticos avanços, de um lado, e o embotamento espiritual do homem, de outro. A história do aprendiz de feiticeiro: uma força em mãos incompetentes. O conflito entre a rapidez da tecnologia e a incapacidade do homem em acompanhar e controlar o mundo cibernético que nos deu, além do bem-estar na cultura, o mal-estar de milhões de empregados que estão sendo substituídos pela máquina. Nessas circunstâncias evolui a falência da ética.