Último levantamento feito pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) do Alto Tietê apontou uma queda maior que 2% no nível do emprego durante o mês de outubro. Segundo a estimativa da própria entidade, 1.250 vagas foram fechadas, o que representa 1,78% do total de trabalhadores do setor nas oito cidades da região. Já Arujá e Santa Isabel compõem o Ciesp de Guarulhos.
Via de regra, um ano que inicia logo após uma eleição para a Presidência da República traz novos ares e esperança de mudanças na produção e consumo. Esse ano não foi diferente, mas em pouco tempo o encanto com o novo comando parece ter desaparecido e o segmento industrial segue caindo, ao menos no Alto Tietê.
O próprio diretor do Ciesp regional, José Francisco Caseiro, destacou que espera uma recuperação da Indústria a partir do ano que vem; até lá, o setor segue "tirando leite de pedra". A situação parece ainda mais preocupante quando é levado em conta todo o ano de 2019, que aponta para 1,8 mil empregos perdidos e, para os últimos 12 meses, com o fim de 2,7 mil vagas de trabalho.
Os efeitos podem não ser imediatos, mas o sistema de consumo funciona como uma cadeia e a falta de vagas no segmento industrial vai acabar afetando outros setores, como o de Comércio e Serviços. Como resultado em médio prazo, o consumo pode cair e a quantidade de empregados nas outras duas partes da cadeia economia deve diminuir. Será um prato cheio para a recessão e a continuação de uma estagnação econômica que já dura anos.
Novas regras editadas por Medidas Provisórias para diminuir o custo de um empregado para a empresa parece não ser a melhor saída. A reforma trabalhista buscou esse caminho no passado e não houve nenhuma acensão ao mercado de trabalho em razão dela. O incentivo ao consumo, com economia confiante e aquecida é o que deve ajudar o Alto Tietê a reverter esse quadro. O que gera contratação de trabalhadores é o aumento da produção pautado pela demanda. Sem isso, é provável que pouca coisa mude para o ano que vem.