O Brasil ainda segue sendo como uma das nações mais violentas. Talvez em alguns pontos essa característica não seja sentida em razão das dimensões continentais do país, uma vez que há locais onde a violência é muito concentrada e outros em que a paz reina sem muitos problemas. Em meados dessa década, Itaquaquecetuba fazia parte desse nada honroso ranking como uma das cidades mais perigosas do Brasil. Em 2016, o Mapa da Violência, por meio de dados coletados dois anos antes, colocou Itaquá como a 9ª cidade mais violenta do Brasil, com 17,4 mortes para cada cem mil habitantes, um índice similar de locais em guerra. Para efeito de comparação, no mesmo ano, Mogi das Cruzes tinha 9,3 mortes a cada cem mil habitantes.
Esses dados, acompanhados dos outros crimes e a presença cambaleante do poder público, rendeu ao município a pecha de "Itaquaquistão", em referência aos países do Oriente Médio que estão envolvidos em algum conflito armado. A piada pegou na região e de outras cidades da Grande São Paulo. Itaquá não merece essa fama e os moradores, em conjunto com as forças policiais e a Justiça, têm conseguido reverter esse quadro.
Ao longo dos últimos dez anos, o município viu cair drasticamente a quantidade de assassinatos cometidos dentro de seu território. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, o ano de 2009 fechou com 66 casos, ou 17,7 mortes para cada cem mil habitantes. Passados nove anos, em 2018, foram registrados 42 homicídios, algo perto de 11 casos para cada cem mil habitantes. É um avanço importante e merece ser destacado. Para este ano, até julho, foram dez casos de homicídios registrados e, se continuar nessa toada, utilizando a média de cálculo, a cidade pode fechar 2019 com 17 casos. É claro que são cálculos futuristas e muita coisa pode ocorrer até o final do ano, mas se praticado, será uma mudança considerável.
Trabalho policial - Polícias Militares e Civil - além da Guarda Civil Municipal e o apoio dos moradores para ajudar a elucidar crimes podem ser os grandes responsáveis por essa queda. "Itaquaquistão" nunca mais.