As bicicletas deixaram, há tempos, de ser um equipamento utilizado apenas por esportistas. A modalidade surgiu entre os anos de 1840 e 1855, com a primeira prova realizada em 1869, entre as cidades de Paris (capital da França) e Rouen (região noroeste do mesmo país). Anos depois, porém, a função das bikes foi ampliada, passando a ser utilizada para o lazer. Hoje, contudo, a bicicleta é tida também como uma das soluções para diminuir o intenso trânsito de veículos motorizados nas cidades. Assim, é vista como o futuro em mobilidade urbana, além de um econômico e ecológico meio de transporte - não só em cidades litorâneas ou do interior, como também nos grandes centros.
De acordo com pesquisa divulgada pelo Metrô, em 2007 o número de pessoas que usava bicicleta como meio de transporte na capital paulista era de 304 mil e, em 2017, aumentou para 377 mil usuários - crescimento de 24% no período. Essa mesma pesquisa apontou que mais de 107 mil pessoas utilizam bikes todos os dias na região metropolitana.
Apesar do número crescente de usuários, muitos ciclistas reclamam da falta de estrutura cicloviária e do desrespeito que enfrentam no trânsito. Essa falta de segurança gera temor em muitas pessoas, que desistem da ideia de fazer uso da bicicleta no dia a dia. Falta investimento e planejamento em ciclovias, além de programas de educação no trânsito que tornem os grandes centros não apenas em áreas de locomoção para carros, ônibus e caminhões, mas também para bicicletas (leia mais abaixo).
Como não poderia deixar de ser, Mogi das Cruzes, nos últimos anos, observa um aumento de ciclistas na cidade, tanto os que utilizam a bicicleta como meio de transporte quanto para esporte e lazer. É comum grupos de ciclistas se reunirem em um ponto de encontro e saírem para pedalar pela cidade ou até mesmo pelos municípios vizinhos. Hoje, existem cerca de 20 grupos de ciclismo em Mogi das Cruzes. Para dar coro às demandas do setor foi criado entre os usuários mais assíduos um coletivo de ciclistas com representantes de cada grupo para reivindicar os direitos dos ciclistas e melhorias na malha viária.
O grupo Família de Ciclistas é um dos exemplos em Mogi e foi idealizado pelo arquiteto Ubirajara Nunes, há quatro anos. No início, faziam passeio em família até o distrito de Sabaúna. Com as postagens em redes sociais, o passeio ganhou destaque e o grupo aumentou. Hoje, cerca de 30 pessoas participam por passeio realizado. "Eu postava as fotos dos passeios e piqueniques que fazemos ao final dos percursos e meus amigos começaram a se interessar. A demanda aumentou muito desde a criação do grupo", explicou Ubirajara.
Além do pedal clássico até Sabaúna aos finais de semana, a Família de Ciclistas organiza passeios durante a semana, com praticantes de diferentes níveis. Nas terças-feiras, o ritmo é mais puxado; já às quinta-feira é voltado para o passeio, ou seja, àqueles que estão começando a pedalar e, aos sábados, o percurso é mais longo, geralmente até a cachoeira de Salesópolis. "O primeiro passeio que fizemos como grupo Família de Ciclistas até Luiz Carlos para realizar o piquenique foi um dos mais bacanas. A Rota da Luz também foi muito marcante porque ela tinha sido recém-criada e nós fomos o primeiro grupo de ciclistas a realizar esse percurso. A gente não conhecia essa rota, colocamos o trajeto no GPS e chegamos até Aparecida do Norte", conta Nunes.
Todos os trajetos realizados pelo grupo são acompanhados por um carro de apoio, que serve para dar suporte e oferecer segurança no trânsito aos ciclistas. O carro foi obtido pela Família de Ciclistas por meio de doações dos parceiros do grupo.
*Texto supervisionado pelo editor.