Mogi - A Prefeitura e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública Municipal de Mogi das Cruzes e Guararema (Sintap) assinaram na tarde de ontem o acordo em relação ao aumento dos salários dos servidores municipais. A proposta feita pela Prefeitura e aceita pelos servidores em assembleia na última quarta-feira à noite, prevê uma recomposição salarial de 10,92%, e garante outros benefícios, como o aumento do vale-alimentação de R$ 207,65 para R$ 415,30. Apesar do acordo, um protesto havia sido convocado pelas redes sociais para ontem por funcionários insatisfeitos com a proposta.

Segundo a Prefeitura, a recomposição salarial de 10,92% é superior ao acumulado da inflação, que fechou em 9,73%. O cálculo da recomposição contabiliza 5,64% de aumento, retroativo a janeiro deste ano; e 5% a partir de março, incidindo este sobre aquele. A proposta ainda inclui um aumento de 100% do valor do vale-alimentação de 1.992 profissionais, a extensão do benefício de auxílio funeral aos celetistas, criação de jornada 2x2, uma folga para os servidores da jornada 12x36, flexibilidade no horário do almoço, melhoria das condições de trabalho na garagem de ônibus da educação, além da garantia de mais duas faltas abonadas no ano, totalizando quatro folgas.

Durante os últimos dias, circulou pelas redes sociais postagens de servidores municipais insatisfeitos convocando uma possível manifestação contra o acordo. Entre as alegações compartilhadas pelos funcionários públicos está o valor do dissídio anual, o fato da recomposição salarial não ter como base a inflação do ano atual e anterior, os valores perdidos devido ao não reajuste no período de pandemia e o fato da taxas públicas como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) terem tido aumento.

Mesmo com os posicionamentos contrários, a prefeitura declarou que não haverá alterações no acordo. "A partir da assinatura no atual acordo, qualquer discussão daqui para frente será para o acordo do ano que vem", afirmou em nota. De acordo com o Sintap, mais de 250 servidores participaram da última assembleia, e 220 teriam aprovado a proposta. "A assembleia é soberana e os que estiveram nela aprovaram a proposta", disse Paulo Ricardo Alves Ramalho, tesoureiro do Sintap. Segundo ele, alguns dos servidores insatisfeitos com o acordo estiveram na assembleia, mas não eram associados ao sindicato.