Mogi - Envolvida na questão da do bem-estar há mais de uma década, a vereadora Fernanda Moreno (MDB) reforçou em entrevista ao Grupo MogiNews/DAT que a cidade precisa elaborar e implementar políticas públicas diretas que cuidem de uma questão que vem ganhando mais destaque: os acumuladores de animais e de materiais inertes.

A questão foi trazida à tona na sociedade após o caso de uma senhora, de 77 anos, moradora do Jardim Piatã, que foi resgatada pelas autoridades em estado debilitado e em péssimas condições de higiene, em um ambiente com dezenas de cães e gatos. A idosa segue internada no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, segundo o gabinete da vereadora, e os animais foram resgatados por organizações não-governamentais (ONGs) de defesa dos animais.

A vereadora informou que seu gabinete, desde 2017, atendeu diretamente a mais de 50 casos de moradores que acumularam animais ou que se encontravam em situação de desamparo, em diversos graus de necessidade de intervenção. "É difícil estabelecer uma média de quantos casos estão ocorrendo na cidade neste momento, uma vez que não existe um acompanhamento oficial sobre o assunto na cidade, diferentemente do que foi aplicado em outros lugares na Grande São Paulo", explicou Fernanda.

Para a vereadora, um dos principais obstáculos na condução dos casos é a falta de integração entre os serviços prestados na Saúde, Assistência Social, Meio Ambiente e Zoonoses para o monitoramento de casos. "Quando recebemos as reclamações e denúncias da comunidade, encaminhamos para o poder público e, embora aconteçam as visitas, não acontece o acompanhamento da situação destes casos, que muitas vezes são reincidentes", afirmou.

Segundo ela, a maioria dos casos que foram atendidos pelo gabinete é de mulheres de idade, que não tinham histórico de cuidados com animais, e que acabam passando por episódios ligados à depressão e outros incidentes. "O apoio psicológico é fundamental em muitos casos, com o acompanhamento adequado é possível evitar casos de acumulação de materiais inertes ou de animais".

A emedebista chegou a encaminhar uma indicação ao Executivo municipal no final de 2018 para a criação de um Grupo Técnico de Apoio (GTA) para abordar a questão da acumulação de animais na cidade, que acabou se tornando um decreto municipal do então prefeito Marcus Mello (PSDB).

O grupo, que chegou a se reunir no segundo semestre de 2019, acabou sendo prejudicado com a paralisação na pandemia do coronavírus (Covid-19) em 2020. "Estou buscando a retomada assim que possível das reuniões do GTA, que funcionaria como um conselho na cidade com integrantes do poder público e da sociedade", explicou.

Fernanda Moreno orienta a comunidade, em casos de suspeita de acúmulo de objetos ou animais, que devem procurar a Ouvidoria do município, pelo telefone 156 ou pela página [https://www.mogidascruzes.sp.gov.br/fale-conosco], ou pelo gabinete da vereadora no telefone (11)4798-9515. "É importante que estes casos sejam passados para a administração municipal, e assim começam a integrar as estatísticas do município e entram no alvo das políticas públicas", concluiu