Os professores da rede estadual do Alto Tietê aderiram à greve sanitária da categoria e não devem retornar às escolas na próxima segunda-feira, data em que o governo do Estado prevê a retomada das aulas presenciais da rede. A informação foi confirmada pela vereadora e conselheira estadual licenciada, Inês Paz (Psol).
Com a paralisação da categoria, o tido como certo retorno das aulas presenciais no Estado, em modelo híbrido com capacidade reduzida, fica ameaçado.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realizou ontem uma assembleia regionalizada virtual em que 91,7% da categoria votou pela greve sanitária. A categoria afirmou que se trata de uma "greve sanitária em defesa da vida contra a volta às aulas presenciais" e que, diferentemente de outras paralisações, desta vez o foco é a "saúde, preservar vidas, tanto de professores quanto de estudantes, funcionários e familiares".
O sindicato prometeu realizar, durante a próxima semana, uma série de atos e manifestações.
"Já existem mais de 75 casos da Covid-19 na rede estadual com a presença de professores nesta semana, entre 1º e 5 de fevereiro", disse a vereadora Inês. "As escolas não possuem estrutura para retomar as escolas estaduais, tinha um grupo (dentro do sindicato) que estava ponderando o retorno, mas já havia a ideia da paralisação", completou.
Em Mogi das Cruzes, as escolas municipais e creches subvencionadas retornam de maneira remota na próxima segunda-feira, ou seja, sem as aulas presenciais. "Estive com o secretário de Estado da Educação, Rossieli Soares, e deixei claro que temos protocolos na cidade, se houver denúncias de desrespeitos vamos investigar", disse o prefeito Caio Cunha (Pode).
Decisão judicial
No final do mês passado, o governo do Estado reverteu a decisão judicial que suspendia o retorno das aulas presenciais para o dia 8 de fevereiro. Com isso, as 5,1 mil escolas da rede estadual ficam autorizadas a iniciar o ano letivo a partir da próxima segunda-feira.
O retorno ocorrerá de forma setorizada, de acordo com os Departamentos Regionais da Saúde e segundo critérios de segurança estabelecidos pelo Centro de Contingência do coronavírus.
Em regiões que estiverem nas fases vermelha ou laranja do Plano São Paulo, as escolas da educação básica, que atendem alunos da Educação Infantil até o Ensino Médio, poderão receber diariamente até 35% dos alunos matriculados.
Na fase amarela (como nos municípios do Alto Tietê), elas ficam autorizadas a atender até 70% dos estudantes; e, na fase verde, até 100%. Os protocolos sanitários devem ser cumpridos em todas as etapas do programa.