Com o fechamento do comércio físico durante os primeiros três meses da pandemia de coronavírus (Covid-19), a venda de itens por meio online disparou, assim como as reclamações protocoladas no Procon de Mogi das Cruzes relacionadas ao e-commerce. De acordo com o órgão, desde o início da pandemia foram protocoladas 722 reclamações sobre problemas na compra de produtos online, sendo apenas maio, junho e julho responsáveis por 426 denúncias, ou 59% de todas as queixas.
Dentre as reclamações, a demora ou não entrega dos produtos foi a mais frequente entre os mogianos, seguida pelo cancelamento da compra por parte do vendedor.
Em abril, primeiro mês em que a pandemia interferiu na venda do comércio físico, foram 42 reclamações de consumidores. Ainda havia incertezas sobre o tempo que duraria o fechamento do comércio e certa desconfiança do grande público pelo e-commerce. Foi nos meses seguintes que houve o crescimento exponencial das reclamações, mais que triplicando a quantidade de queixas. Em maio, por exemplo, foram 132 reclamações; um mês depois, a maior quantidade do ano até o momento, 172 denúncias. Julho (122) e agosto (108) continuaram com índices altos de queixas até a situação aparentemente se normalizar em setembro (84) e outubro (62).
O aumento na quantidade de queixas relacionadas ao e-commerce vai ao encontro da elevação do comércio eletrônico no Brasil. Estudo denominado "E-Commerce na Pandemia", realizado pela plataforma Nuvemshop e apresentado no evento Potencialize E-commerce, revelou que as vendas online tiveram alta de 145% no primeiro semestre deste ano no comparativo com o mesmo período de 2019. Com o aumento da comercialização de itens online, já havia a expectativa do setor das reclamações também terem alta no período.
Segundo o Procon de Mogi, a respeito das compras virtuais, as recomendações que merecem atenção são aquelas que geralmente vêm à tona na época da Black Friday. Neste ano, o evento ocorrerá no dia 27, sendo que às vezes acontece a antecipação ou prorrogação das ofertas.
Com oportunidades atraentes, o Procon alerta o consumidor para não ser enganado quanto ao preço real do produto ou serviço, bem como para não cair em armadilhas praticadas por estelionatários. Por isso, a unidade municipal elaborou algumas dicas e elencou outras selecionadas pela Fundação Procon para os consumidores terem sucesso nas compras e, consequentemente, não sofrerem prejuízos (veja ao lado).
No Estado, a Fundação Procon-SP já registrou 120.714 mil reclamações relacionadas a problemas sobre compras online no segundo semestre de 2020, praticamente o mesmo número do primeiro semestre inteiro que foi de 121.173. Demora ou não entrega do produto e problemas com cobrança também foram os questionamentos mais recorrentes.