Uma das primeiras compilações de fotos sobre a quarentena no Brasil, instaurada em razão da pandemia de coronavírus (Covid-19), foi realizada pela repórter fotográfica do grupo Mogi News, Mariana Acioli. Em um momento em que todos tiveram que se reinventar para ficar em casa, ela teve que fazer o contrário, expondo-se aos riscos para registrar, de forma pioneira, as mudanças urbanas ocasionadas pela pandemia, entrevistando enfermeiros, entregadores, costureiras, profissionais da construção civil, moradores em situação de rua, colegas de profissão, entre outros. Agora, a repórter busca apoio para publicar seu primeiro livro sobre o tema.
O livro-reportagem fotográfico "Quarentena", surgiu como resultado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Mariana, que se formou em Jornalismo neste ano pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). O tema abordando a quarentena surgiu de forma inesperada, segundo a própria profissional. "Meu primeiro tema seria sobre a violação dos direitos humanos dos refugiados em São Paulo, mas, com o início da pandemia, minha ideia mudou, já que, após o decreto da quarentena, ficou complicado o deslocamento para a capital, por conta da exposição do vírus. Então, o tema do trabalho teve que ser alterado", contou. "Em conversa com minha orientadora do TCC, Simone Leone, surgiu a proposta de mudança e, dada a urgência do momento, cobrir a quarentena em Mogi e região tornou-se o novo mote", completou.
Faltando apenas dois meses para a apresentação aos jurados, a realização do trabalho não seria fácil. Fazendo a cobertura fotográfica das primeiras semanas da pandemia em Mogi das Cruzes e Suzano para o grupo Mogi News de Comunicação, Mariana já dispunha de algumas imagens, mesmo assim, para concluir o livro, novas fotos e entrevistas com pessoas envolvidas diretamente ligadas à pandemia, precisaram ser realizadas.
A produção do livro proporcionou novas experiências para a fotógrafa, como a atividade de ouvir os moradores do Alto Tietê. "Quando tiramos fotos, as vezes, temos um certo distanciamento das pessoas e, entrevistar os personagens do livro me propiciou uma nova perspectiva sobre a situação e a própria atuação jornalística ", relatou.
Mariana também passou por momentos de ansiedade e medo da contaminação durante o processo de produção do material. "Moro com pessoas do grupo de risco e pude observar de perto as mudanças das cidades da região neste período de quarentena. Meu sentimento de ansiedade transformou-se em indignação, ao ver o desrespeito das medidas de isolamento e aglomerações de pessoas. Eu fiquei preocupada em me expor demais e levar o vírus para casa".
Mas o esforço pode trazer bons frutos no futuro. Como uma das pioneiras na cobertura da pandemia em Mogi e Suzano, o livro pode se tornar fonte para futuros estudos históricos sobre o vírus mais mortal dos últimos cem anos. "Uma das função da fotografia é a confirmação do fato, não tem como contrariar a imagem", declarou.
Publicação
A fotógrafa Mariana deseja lançar o livro "Quarentena" ainda neste ano e, para isso, precisa de patrocínio. Como facilitador, a repórter já possui uma editora disposta a lançar o material, a Lopes & Aciole. Qualquer pessoa interessada em ajudar a publicar o trabalho pode entrar em contato editora pelo e-mail: conta
[email protected] ou por meio do telefone 4727-4755.
*Texto supervisionado pelo editor