O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac) de Suzano apresentará neste domingo (24) o estudo sobre o tombamento da Capela Nossa Senhora da Piedade, a Igreja histórica do Baruel, durante um encontro com a comunidade que está marcado para às 11h30, logo depois da missa que é realizada tradicionalmente no local (estrada Baruel Goiabeira, 201-207 - Baruel), às 10 horas. O objetivo é explicar aos moradores os bens que podem se tornar patrimônio histórico da cidade.

Essa etapa representa a parte final de um trabalho que começou em 2022, quando foi iniciada a análise histórica e cultural relacionada ao processo. Serão demonstrados para a população os motivos pelos quais os estudos indicam não apenas o tombamento material da igreja, reconstruída em 1916, e o altar em estilo barroco tardio, como o memorial do antigo cemitério e também elementos imateriais ligados à tradição local, como a “caminhada”, a capelinha de mão e a tradicional macarronada com frango.

Estarão presentes o presidente do Compac, Renan de Lima Franco; a diretora do Casarão da Memória Antônio Marques Figueira, Rita Paiva; e o grupo de pesquisa responsável pelo levantamento, formado pelo relator Pedro Cardoso e pelos integrantes Cind Octaviano, Amanda Rosa, Edimara Fiuza, Clara Aguiar, Viviane Santos, João Gallego e Ivonete Cavalcante, que organizará uma exposição de fotos sobre a Igreja do Baruel nesta ocasião.

Todos eles participarão da votação sobre o tombamento no plenário do Compac, que deverá acontecer no início de setembro, antes da realização da 109ª Festa do Baruel. A discussão ainda levará em conta a finalização dos pareceres técnicos e as sugestões colhidas durante o evento de domingo.

A Igreja do Baruel é um marco para Suzano. Trata-se de um dos primeiros povoados que surgiram na região, quando se deu a ocupação do território em que foi formada a sociedade suzanense, ainda antes da chegada da estrada de ferro. Além de sua importância arquitetônica, o local sempre foi palco de fé e tradição para a comunidade.

Os estudos revelam que a primeira igreja construída, ainda de taipa, foi resultado dos anseios da sociedade que vinha se formando a partir da mineração. Conforme indicação das pesquisas históricas, no século XVII, teria sido encontrado ouro de aluvião nas proximidades do que hoje é o Baruel. Como consequência da concentração de mineradores, e diante da necessidade de um local para professar a fé dos habitantes, foi instalada a capela no entorno da comunidade.

Caso o processo seja concluído com êxito, os bens ligados à Igreja do Baruel se integrarão à lista de bens tombados em Suzano, que já inclui a Academia de Judô Terazaki, localizada na rua Tokuzo Terazaki, 25, no bairro Vila Urupês; o conjunto histórico da Fazenda Sertão, localizada no sul do município; e o primeiro Paço Municipal de Suzano, localizado na rua Campos Salles, 601, no centro, onde está sediado atualmente o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O presidente do Compac destacou o cuidado com que esse processo tem sido conduzido desde 2022. “Temos um grupo de pesquisados extremamente dedicado a este trabalho, que exigiu muitos estudos em torno de todos os aspectos históricos que tinham relação com o processo. Agora é a vez de apresentar os detalhes de todas as análises para a população e ouvir as impressões da comunidade local”, ressaltou Renan de Lima Franco.

Já o secretário municipal de Cultura, José Luiz Spitti, afirmou que o trabalho do Compac tem sido muito relevante para o resgate da história do município. “É fundamental que tenhamos noção de como se formou a sociedade suzanense e do quão valiosas são as referências culturais da cidade. A Igreja do Baruel e todos os bens materiais e imateriais relacionados à esta comunidade tem um simbolismo único para o município e para a região. As pesquisas que embasaram o processo de tombamento trouxeram ainda mais razões para tornar essa localidade um patrimônio histórico”, declarou Spitti.