O período de estiagem que atinge a Região Metropolitana de São Paulo, incluindo o Sistema Produtor Alto Tietê (SPAT), levou a Agência de Águas do Estado (SP Águas) a adotar medidas preventivas na região, incluindo a gestão da demanda noturna e o monitoramento da situação hídrica. Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o SPAT operava nesta quarta-feira (1º) com 24,9% da capacidade, quase metade do volume registrado há um ano, que era de 46,5%.
Sem citar risco de desabastecimento, a SP Águas destacou em nota que o sistema de abastecimento da Região Metropolitana é integrado e resiliente, o que permite maior segurança hídrica e flexibilidade no uso dos diferentes mananciais. "Ainda assim, em períodos de estiagem, são necessárias ações planejadas e preventivas para preservar os reservatórios e reduzir ao máximo os impactos para a população", acrescentou a autarquia.
Além das ações emergenciais, que inclui também a suspensão de outorgas não prioritárias, a SP Águas informou que estão em andamento investimentos estruturantes que reforçarão a segurança hídrica do Alto Tietê: “Até 2027, obras da Sabesp acrescentarão 5.700 litros por segundo ao sistema integrado, incluindo a transferência de água do rio Itapanhaú (em operação assistida), a futura interligação Billings–Taiaçupeba, a ampliação e modernização de estações de tratamento e reservatórios e estudos para novas alternativas, como a captação no rio Guaió e projetos de recarga de mananciais”.
A SP Águas também reforçou a importância da colaboração da população neste período para a economia de água, como reparar vazamentos, reduzir o tempo de banho, utilizar máquinas de lavar apenas com carga completa e evitar o uso de mangueiras.
Pressão reduzida
A Sabesp, responsável pelo abastecimento da maioria das cidades da região, destacou a redução da pressão no período noturno na Região Metropolitana como parte do esforço para preservar os mananciais. Segundo nota, a medida, adotada em 27 de agosto, resultou em economia de 13,31 bilhões de litros de água em um mês — volume equivalente à capacidade do Sistema Rio Claro e suficiente para abastecer, por um mês, as cidades de São Bernardo, Diadema e parte de Santo André.
Captação em Mogi
Única cidade da região que conta com um Serviço Municipal de Águas e Esgotos, o Semae, em Mogi a captação de água é feita no rio Tietê, e não nas represas. Segundo a autarquia municipal, nesta quarta-feira (1º), o nível do rio estava em 1,18 metro, condição considerada normal para o abastecimento, que é realizado acima de 1 metro.
Em nota, o Semae disse que acompanha a estiagem e estuda medidas caso a escassez afete também afete o ponto de captação, sobretudo no verão, quando o consumo é mais elevado. O serviço reforçou a recomendação permanente do consumo consciente e economia de água.
Represas
No último balanço do Grupo Mogi News, em 9 de setembro, o volume médio do Spat era de 27,82%, o que representa queda de 2,9 pontos percentuais ao volume de 24,9% registrado nesta quarta. Entre os reservatórios, a maior redução ocorreu na represa Paraitinga, em Salesópolis, que passou de 39,49% para 28,7% - queda de 10.79 pontos percentuais.
Em Mogi, a represa Jundiaí caiu de 19,23% para 13,33% - queda de 5,9 pontos percentuais, enquanto a represa Taiaçupeba recuou de 30,58% para 28,3% - redução de 2,2 pontos percentuais. O reservatório de Ponte Nova, entre Biritiba Mirim e Salesópolis, diminuiu de 27,97% para 25,9% sua capacidade - com queda de 2 pontos percentuais. Já Biritiba, em Mogi, foi o único a registrar alta de cerca de um ponto percentual, subindo de 25,57% para 26,8%.