O governo do Estado deve autorizar hoje o início da retomada gradual do comércio em Mogi das Cruzes e demais cidades do Alto Tietê. Após a pressão feita pelo Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) sobre o governador João Doria (PSDB), na semana passada, e a confirmação da chegada de mais 20 respiradores para Mogi das Cruzes e Itaquá (leia mais acima) - o que ampliará o número de leitos de UTI para a região - tudo indica ser questão de tempo para que os municípios do Alto Tietê passem da faixa vermelha (restrição total da quarentena) para a faixa laranja (flexibilização de alguns comércios não essenciais, com destaque para os shoppings).
Ontem, o prefeito de Mogi das Cruzes, Marcus Melo (PSDB), falou sobre a necessidade de começar a aprender a conviver com a Covid-19, respeitando medidas e protocolos estabelecidos. "É hora de começar a conviver com o vírus, de maneira consciente e regrada. Uma coisa tem que ficar clara: não se trata de uma liberação do comércio. É apenas o início de uma flexibilização, ainda com muitas restrições. Apenas pensaremos em liberar as atividades comercias quando a situação da Saúde estiver controlada. É muito importante que as pessoas entendam isso", disse o chefe do Executivo mogiano.
Especialistas em Saúde apontam que uma reabertura do comércio, principalmente sem seguir protocolos bem esclarecidos e restritos, será uma tragédia anunciada. "É preciso firmar um compromisso com as entidades comerciais para que essa retomada não piore a situação da Saúde Pública, por isso, protocolos bem explicados e de fácil acesso a todos é fundamental para este início de retomada", reforçou o prefeito Melo.
Mudança de planos
A pressão sofrida por parte do setor empresarial sofrida pelo governador João Doria fez com que o protocolo estabelecido há algumas semanas pelo Comitê de Contingenciamento do Coronavírus fosse afrouxado. Inicialmente, segundo o comitê estadual, para pensar no início da flexibilização da atividade comercial seria preciso uma redução no número de casos e mortes por conta da Covid-19 por pelo menos duas semanas, o que ainda não ocorreu. Além disso, a ocupação dos leitos de UTI no Estado precisariam estar em 60%, sendo que hoje ainda está acima dos 90%. Ainda, segundo o documento do Estado, a taxa do isolamento social por parte da população deveria ser de, no mínimo, 55%, sendo que, na realizada, com muito custo chega a 50%.