Mesmo com a manutenção dos municípios do Alto Tietê na fase laranja do Plano São Paulo de Retomada Econômica, o que inviabilizou o retorno do atendimento presencial de bares, restaurantes e padarias, o setor já se prepara para o possível retorno parcial, com mesas ao ar livre, em um futuro próximo.
Enquanto proprietários se movimentam para servir os clientes em espaço arejado - como determina o governo do Estado - outros ainda avaliam se retornarão neste momento em que os números da pandemia ainda não estão controlados.
Felipe Martins, proprietário de um restaurante na rua Major Pinheiro Franco, na região central de Mogi, é um dos proprietários que tem em seu estabelecimento espaço físico para atender a clientela, quando o governo do Estado der o aval de permissão. Inicialmente, ele colocará seis mesas à disposição em uma área externa e, a medida que a demanda aumentar, recorrerá ao jardim - espaço onde há a possibilidade de adequação - para ampliar ainda mais a capacidade.
"Para evitar o contato entre as pessoas, a gente vai disponibilizar um cardápio digita, além de um QR Code (leitor de códigos facilmente escaneado pelo celular) para o cliente ter o cardápio em suas mãos", explicou Martins.
Mas, o empresário reconhece que muitos colegas não terão como reabrir seu comércio, devido à falta de espaço arejado. "Acho que para não prejudicar quem precisa trabalhar, tem que haver uma parceria com o poder público para montar um protocolo, possibilitando a colocação de mesas nas calçadas", sugeriu.
Mesmo com toda estratégia pronta para ser colocada em prática quando for autorizado, Martins avalia como incorreta a decisão de reabrir os comércios. "Há uma explosão de casos e mortes em decorrência da pandemia. Ainda não é o momento certo", opinou.
Assim também pensa o proprietário de uma rede de hamburguerias de Mogi das Cruzes e Suzano, Henrique Leite dos Santos que, neste momento, avalia os riscos e o impacto que a reabertura terá no controle da pandemia. "A diminuição do isolamento social mediante à reabertura de bares e restaurantes é uma corrida em círculos que tende ao retrocesso do controle da propagação do vírus. A gente tem uma área externa para atender os clientes, mas estamos discutindo se vamos participar dessa retomada neste momento. Não posso colaborar com a disseminação da Covid-19", cravou Santos.
A maioria dos proprietários de bares e restaurantes não possui área externa dentro das especificações solicitadas pelo governo estadual, mas promete se reinventar para conseguir atender seus clientes. "Eu vou disponibilizar um banco de madeira inteiriço na porta do estabelecimento, para quem quiser comer na própria calçada", afirma o dono de uma hamburgueria em Guararema, Renan Amorim de Souza. (F.A.)