Após a reabertura de alguns segmentos do comércio, na semana passada, a maior preocupação demonstrada pelas pessoas nas ruas é com a falta de distanciamento social. Para comprovar essa situação, o movimento do comércio da parte central de Mogi das Cruzes, na tarde de ontem, estava acima do registrado durante o começo e o meio da semana, momentos em que houve poucas pessoas em circulação.
Num dos pontos de maior movimento, próximo ao Largo do Rosário (Praça da Marisa), moradores passavam pelas ruas carregando sacolas de compras feitas nos estabelecimentos recém-abertos. Mesmo usando máscaras para proteção, diversas pessoas estavam indo às compras acompanhadas dos filhos ou em grupos, contribuindo diretamente para aumentar a aglomeração nas ruas.
Para a manicure Elisandra Palma, de 35 anos, as pessoas estão saindo de casa para aproveitar a abertura do comércio e passear, não tendo nenhum tipo de respeito com as pessoas que precisam sair de casa por necessidade. "São muitas aglomerações que estamos notando durante essa reabertura, as pessoas não respeitam, tem gente em vários grupos indo para uma única loja. Assim fica muito difícil", disse.
A auxiliar de ensino Graziela da Paixão, 39, contou que foi a primeira vez que saiu de casa desde o começo da quarentena, descrevendo uma grande surpresa nas novas diretrizes do comércio. "Hoje foi o primeiro dia que saí e me senti muita tranquila, têm pessoas sim sem máscara e vários grupos, mas dentro das lojas está tudo certo", falou.
Outros entrevistados apontaram que os lojistas estão respeitando todos os protocolos que foram impostos a eles para a liberação dos estabelecimentos, como a entrada de pessoas com o uso obrigatório de máscara, capacidade de clientes reduzida para 20% do total e até mesmo os horários de funcionamento, que a partir desta segunda-feira terão uma alteração após determinação do Ministério Público (MP), que definiu apenas quatro horas de abertura no shopping e nos comércios, e não sete como Mogi estava fazendo (leia mais na página 3).
Um dos únicos problemas apontados pelo clientes é a existência de filas. Algumas redes maiores de comércio demarcaram o espaço interno e controlam a entrada de pessoas para evitar aglomerações. Porém, as lojas menores não têm mostrado esta preocupação, ocasionando maiores concentrações de clientes.
A desempregada Andressa Isabel da Silva, 23, apontou que este problema ocorre em certos estabelecimentos da região. "As lojas estão fazendo de tudo para que as pessoas não fiquem aglomeradas, mas nas filas isso acontece bastante", lamentou.
Durante as entrevistas, a reportagem também verificou lanchonetes e bares abertos próximos ao Largo do Rosário que estavam oferecendo produtos para o consumo no local, o que, segundo as normas de segurança, está suspenso por enquanto.
*Texto supervisionado pelo editor.