O número de mortes pelo novo coronavírus nas cidades mais populosas do Alto Tietê é 31,6% maior que a quantidade mortes no trânsito durante todo o ano passado. Levantamento realizado pelo Grupo Mogi News com base nos dados das Secretarias Municipais de Saúde e do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes (Infosiga), aponta que em menos de dois meses a Covid-19 já fez 154 vítimas no G5 da região (Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Suzano, Ferraz de Vasconcelos e Poá), ao passo que 117 pessoas morreram no trânsito das mesmas cidades. Os dados referentes a Covid-19 são de 24 de março a 14 de maio, enquanto o das mortes nos acidentes de trânsito dos 365 dias de 2019.
Os dados referentes a Mogi e Itaquá quando somados representam 54,5% de todas as mortes da região. Ambas possuiam até a última quinta-fera 42 mortes para a doença. Suzano (34), Ferraz (22) e Poá (14) complementam a listas de municípios mais populosos do Alto Tietê.
Assim como no número de óbitos confirmados para a doença, a quantidade de casos de contaminados pelo novo coronavírus também é significativamente maior do que outras doenças, as quais a população do Alto Tietê já estava submetida. Na comparação no número de casos de dengue, a Covid-19 supera 102%, nos 12 meses do ano passado. Foram 692 confirmações de dengue nos cinco municípios citados de janeiro a dezembro de 2019, ao passo que desde o início da pandemia 1.398 pessoas receberam diagnósticos positivos para a doença. Há ainda a questão da subnotificação, visto que há falta de testes para a nova doença atualmente.
Atrelado ao avanço do vírus na região, as mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) também aumentaram se comparados com os dados de 2019. De acordo com o Portal da Transparência do Registro Civil, no período da pandemia nove óbitos foram registrados com a doença, enquanto no ano passado nenhuma morte foi computada como SRAG.
São Paulo
Os números da Covid-19 também chamam atenção no Estado de São Paulo. Até 14 de maio, o Estado já apresentava 4.315 mortes pela doença, número próximo ao total de mortes no trânsito paulista nos 12 meses de 2019. Foram 4.819 vítimas nas estradas paulistas durante o ano, diferença de apenas 10,5%. Utilizando como parâmetro o histórico diário das mortes na capital, certamente o número de óbitos pela Covid-19 será maior do que o de acidentes.