Embora o hino de Suzano inicie com a frase "desperta a cidade das flores" enaltecendo a antiga vocação camponesa da cidade, o município, em meio às ruas de asfalto, carros e trens, tudo isso inserido em uma das maiores regiões metropolitanas do mundo, ainda guarda um pouco daquele tempo em que o arado fazia parte da rotina da maioria que viva na cidade. O cultivo das pétalas ornamentais abriu espaço para a agricultura, prova disso são os produtores rurais, que mantém a força e o entusiasmo daquela época, transformando o município em um grande produtor de hortaliças.
Suzano recebeu por toda sua história a influência da cultura japonesa, se tornando uma porta de entrada para várias famílias daquele país no movimento migratório do começo do século passado, no segmento da agricultura a situação não foi diferente. As famílias que foram para a cidade e começaram a trabalhar nos campos, trouxeram uma diversidade em alimentos, novos jeitos de produzir e também de cultivar o campo.
Mesmo com os anos correndo e a cultura passando de geração para geração, a cidade continua trazendo muitas experiências da cultura nipônica nos campos, em que aproximadamente 200 agricultores de origem asiática contribuem para as refeições do dia a dia dos suzanenses e do país.
Sendo grande parte da força do agronegócio em Suzano, as produções de verduras e legumes, entre eles o alface, é um dos produtos mais cultivados da cidade, além de outras folhas e hortaliças, que estão presentes nos campos suzanenses, em que trabalham mais de 450 empreendedores rurais todos os dias, para fornecer os alimentos às 20 feiras do município, aos mercados e quitandas da cidade.
A distribuição dos alimentos também se dá para as escolas municipais, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, do governo federal, em que 74 agricultores do município participam, produzindo e distribuindo boa parte dos alimentos presentes nas refeições das crianças da rede municipal de ensino.
Sendo dois pontos positivos deste tipo de cultivo municipal, a maior segurança e maior confiabilidade nos alimentos, já que muitos dos agricultores da região trocam os agrotóxicos por receitas caseiras no controle de pestes. Tendo a possibilidade de criar métodos caseiros utilizados como repelentes, alguns tipos de óleos e outros produtos que não prejudicam os produtos e nem os consumidores.
A cidade também conta com uma presença forte em outros segmentos do agronegócio além da hortaliças, como a fungicultura,em que o cultivo de cogumelos e outros fungos, se destaca pela região. Sendo o segundo maior produtor de shiitake, champignon, shimeji e hiratake de São Paulo, o Estado brasileiro que mais produz cogumelo no país inteiro.
*Texto supervisionado pelo editor.