A queda do público que utiliza transportes por aplicativo e táxis é um bom exemplo do "efeito coronavírus". De acordo com representantes da categoria, desde o avanço de casos suspeitos do Covid-19, a diminuição no número de corridas está avaliada em cerca de 10% para os táxis e 60% aos aplicativos na região do Alto Tietê.
E não é para menos. A suspensão das aulas, diminuição do movimento em bares e restaurantes e o anúncio da paralisação das atividades nos shoppings tira de circulação uma parcela significativa dos usuários. "Caiu em média uns 60% (o número de corridas) nos últimos dias. E com essa queda, o lucro despencou em cerca de 50%". Esse é o relato do motorista por aplicativo e presidente da Associação de Motoristas por Aplicativo da Região do Alto Tietê (Amarati), Maicon Silva, que elaborou uma cartilha de procedimentos tanto aos motoristas quanto aos passageiros.
A queda de usuários não é a única mudança depois do avanço da pandemia no país. A quantidade de profissionais operando neste momento também apresentou redução de 35%. De acordo com Silva, há um certo temor dos motoristas pelo contato direto com o público, entretanto, tal receio é menor do que o de falta de lucro. "Nós fazemos parte do trabalho informal, se não trabalha a gente não ganha", concluiu.
Para os taxistas, a situação é a mesma, porém com menor impacto, ao menos nessas primeiras semanas em que o coronavírus passou a ser uma ameaça. O presidente do Sindicato dos Taxistas de Mogi das Cruzes e Região, Sandro Monfort, relatou queda de 10% no movimento, e confirmou que os motoristas de táxi, aos poucos, começa a deixar os seus pontos. Basta uma rápida passagem em frente ao terminal rodoviário Geraldo Scavone e verificar a evidente a queda no número de taxistas.
"Eu acho que boa parte da categoria pode aderir à suspensão das atividades, boa parte pode ficar em casa", explicou.
Como medida para tentar frear os prejuízos causados pela "efeito coronavírus", o sindicato dos taxistas irá solicitar isenção de diversas taxas junto à Prefeitura de Mogi das Cruzes. A administração municipal, até o momento, ainda não isentou a categoria das taxas.