Para muitas pessoas, a atividade na rua se estende por muitos anos, atingindo a fase adulta e se transformando em trabalho informal. Algumas pessoas nesta situação têm como única fonte de renda o trabalho nas ruas, mas outros escolhem atuar nestas condições, mesmo com todas as dificuldades que a rotina oferece. De acordo com a Assistência Social, não existe uma contagem exata das pessoas nesta situação no município. O plano é que este número seja calculado em breve.
O artesão Ricardo Alexandre Roberto, de 43 anos, escolheu sobreviver do trabalho informal há 29 anos nas ruas de Mogi. "Eu tenho formação em mecânica, mas não quis trabalhar com isso, decidi me sustentar com a minha própria arte. Já viajei muito pela arte e só parei quando minha filha nasceu", explicou.
Já o vendedor de água Jonathan Daniel Elias, 32, utiliza o trabalho informal como alternativa por não conseguir uma contratação. "Eu trabalho na rua desde criança, já encontrei alguns empregos fixos, mas enquanto não estou contratado sempre trabalho aqui. Isso é o que me salva para sustentar a mim e meus filhos", disse.
Outro motivo que leva muitas pessoas ao trabalho informal é a dificuldade em encontrar empregos por ser um ex-presidiário. É o caso do flanelinha Flávio de Souza, 41. Ele contou que, quando deixou a cadeia, a solução foi ganhar dinheiro tomando conta de carros. "Apesar de ver este trabalho como a única solução, eu não deixo e enviar currículos e pedir indicação de amigos para empregos fixos. Infelizmente, esta é a única opção", lamentou.
Também otimista em meio às más condições, o vendedor de balas Hygor Henrique Ferreira, 18, almeja ser contratado brevemente. "Eu vendo balas no farol há dois anos e ajudo os meus avós em casa. Já me formei no Ensino Médio e fiz três anos de informática, espero conseguir um emprego o mais rápido possível", concluiu. (T.M.)