"Nós não queremos saber se o problema é da Pró-Saúde ou da prefeitura. A única coisa que queremos são os direitos de todos os funcionários prejudicados." Essa é a posição de um dos diretores do Sindicato dos Enfermeiros de São Paulo, Rodrigo Romão, que acompanha de perto o impasse das seis unidades de saúde de Mogi das Cruzes que eram gerenciadas pela Organização Social (OS) Pró-Saúde.
De acordo com Romão, os problemas começaram quando o Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC), em Braz Cubas, teve a gestão encerrada pela Pró-Saúde. Com o término do contrato, os funcionários ficaram sem informações sobre as verbas rescisórias e a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), além de não receberem a baixa na carteira profissional. "Depois do que aconteceu no HMMC, começou a ocorrer um certo tipo de preocupação em outras unidades que estavam com os contratos previstos para encerrar no mesmo ano. Infelizmente, isso não foi diferente e acabou acontecendo como uma bola de neve", lamentou o dirigente.
Muitos dos problemas, segundo Romão, são atribuídos à própria Pró-Saúde, que não apresentou os serviços além do que era proposto durante a gestão, ocasionando os problemas no final da gestão. Para ele, os fatos surgiam somente quando a mudança de OS em cada unidade ocorria e os problemas trabalhistas com a falta de pagamento aos colaboradores ficavam evidentes. "Todos os funcionários foram prejudicados. Não tem o que falar, muitos estavam contando com o dinheiro de direito, principalmente no final do ano, quando muitos esperavam o 13º", disse.
Em setembro do ano passado, durante os problemas que estavam ocorrendo, diversos ex-funcionários conversaram com a reportagem para relatar a falta das verbas rescisórias. Na época, a ex-funcionária Rosilda Aparecida de Souza, de 50 anos, criticou a forma como a Pró-Saúde tratou os colaboradores. "Foi como um fazendeiro vender um sítio com os animais de porteira fechada, sem ter um preparo e atenção com os animais", comparou.
Depois de dois meses, outros ex-funcionários da instituição, que trabalharam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Oropó, também apontaram o descaso da gestora e a decepção com a prefeitura, que deixou os funcionários na mão. (N.T.)