Com 60 votos a favor e 19 contra, o texto-base da reforma da Previdência foi aprovado anteontem pelo Senado. O assunto é um dos mais discutidos nos últimos meses, visto que, para o governo federal, a ação pode garantir uma economia de R$ 800 bilhões em dez anos. Algumas alterações para a aposentadoria entrarão em vigor com a aprovação, sendo a principal delas, a extinção da aposentadoria por tempo de contribuição.
Para a advogada e presidente da Comissão Previdenciária da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Suzano, Silmara Feitosa de Lima, a ação afetará diretamente na vida dos trabalhadores. "Essa aprovação afetará os trabalhadores que não possuem o direito adquirido da aposentadoria. As pessoas estão preocupadas e querendo entender como serão atingidas por essa reforma, por isso já começaram a procurar advogados para entender melhor", disse.
Dentre as principais alterações está a idade mínima para se aposentar, sendo as mulheres aos 62 anos e os homens aos 65. Ambos terão que contribuir por pelo menos 15 anos. "Atendidas essas regras o benefício será pago no valor de 60% e para receber o valor integral de 100% a mulher precisará trabalhar e contribuir por 35 anos e o homem por 40 anos", explicou a advogada.
Em relação à extinção da aposentadoria por tempo de contribuição, a presidente da comissão ressaltou que é o ponto mais criticado em toda a reforma, principalmente por quem quer se aposentar. "Antes não era exigido a idade mínima, bastava ter a contribuição, e a nova regra além de aumentar o tempo trabalhado fixou uma idade mínima como requisito para a concessão das aposentadorias", afirmou.
A advogada acredita que a reforma não incentivará as pessoas a trabalharem por conta de contribuir por mais tempo e ganhar menos benefícios. "Creio que a reforma atingirá a classe trabalhadora, que não terá incentivo nenhum para trabalhar mais, vão ter que contribuir por mais tempo e ganhar menos", concluiu.