Após declarar que considera criar a sua própria legenda, o Partido da Defesa Nacional (PDN), o perfil do presidente Jair Bolsonaro (PSL) publicou ontem vídeo nas redes sociais em que se compara a um leão sendo atacado por hienas que representam o Supremo Tribunal Federal (STF), o PSL, PT, veículos de imprensa, a Organização das Nações Unidas (ONU), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras entidades.
Após repercussão da postagem, o vídeo foi tirado do ar. Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) disse que não participou da postagem do vídeo e não comentará a publicação. Durante o vídeo, um segundo leão, identificado por uma legenda como "conservador patriota", aproxima-se do animal que representa o presidente da República e afasta as hienas. "Vamos apoiar o nosso presidente até o fim"; "e não atacá-lo"; "já tem a oposição para fazer isso!", dizem as mensagens sobrepostas no vídeo enquanto os bichos fogem.
O vídeo se encerra com a bandeira do Brasil e uma foto de Bolsonaro de braços abertos. Há também hienas identificadas pelo símbolo do feminismo, o Greenpeace, o PSDB, o Movimento Brasil Livre (MBL), além de "Lei Rouanet", "isentão" e "via sensata".
Bolsonaro está em crise com o PSL, negocia migrar para outras legendas e disse na última semana que pode até mesmo ficar sem partido algum. O presidente está em Riad, na Arábia Saudita, onde cumpre agenda de viagens pela Ásia e Oriente Médio.
No texto que acompanha o vídeo, Bolsonaro lista os seguintes países: Chile, Argentina, Bolívia, Peru e Equador. "Mais que a vida, a nossa LIBERDADE", escreve Bolsonaro. Os países citados pelo presidente passam por momentos de instabilidade política. No domingo a Argentina elegeu como presidente o peronista Alberto Fernández, integrante da mesma chapa da ex-presidente Cristina Kirchner.