O ano que vem promete ser especial para a Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC). A entidade, que nasceu em 1920 com o antigo nome - Associação Comercial e Industrial de Mogi das Cruzes - celebrará o centenário com uma solenidade especial. O cronograma do festejo, que deverá ser realizado na semana do dia 20 de outubro, bem como o local do evento, ainda não foram definidos pela diretoria, no entanto, de acordo com o presidente da entidade, Marco Antônio Nogueira Zatsuga, de 63 anos, a presença do presidente da república, Jair Messias Bolsonaro (PSL) é aguardada entre os mogianos.
"Estamos esperando fazer um grande evento. É claro, não temos caixa, até mesmo por conta da situação econômica, para realizar uma festa muito grandiosa, mas é uma celebração importante. Enviaremos convite ao senhor presidente da república, ao governador João Doria (PSDB), bem como todas as autoridades políticas do Alto Tietê, associações comerciais e presidência da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo", prevê.
A entidade mogiana é considerada uma das associações comerciais mais antigas do Brasil. Iniciou as atividades em uma época em que Mogi das Cruzes tinha pouco mais de 15 mil habitantes. O primeiro escritório funcionou em uma casa alugada na rua José Bonifácio. Na época, a ideia de criar uma associação representativa do comércio nasceu em uma reunião entre os próprios comerciantes. Assim que foi fundada, os diretores da época - Emílio Navajas, Júlio Aragão Cardoso, Frederico Straube, Ângelo Pereira Passos, José Barroso, Adelino Torquato, Isidoro Boucault, Manuel de Souza Mello Freire, Francisco Afonso de Mello e João Baptista dos Santos Cardoso - iniciaram uma campanha para arrecadação de fundos, com o intuito de construir uma sede própria.
"Em dez anos de funcionamento, já na década de 1930, a associação conseguiu uma série de benfeitorias para a sociedade mogiana. Entre elas, estão as prorrogações para pagamentos de impostos, além de renegociar o horário de funcionamento das agências dos Correios, além da criação do controle de crédito pessoal para o comércio", relembra Zatsuga.
A vocação da entidade - servir de elo entre os comerciantes e o poder público - já era uma realidade. "A associação ainda adquiriu linhas telefônicas e assinaturas de jornais, conseguindo também publicar o seu primeiro boletim informativo para distribuição", explica Zatsuga.
Em 1932, a sede da Associação Comercial serviu de base de apoio aos paulistas durante a Revolução Constitucionalista (movimento armado que tinha o objetivo de derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e convocar novas eleições). A ACMC, na ocasião, organizou um esquema de assistência à famílias dos combatentes. "Tudo o que era arrecadado aqui em Mogi acabava sendo enviado para São Paulo. A nossa entidade foi fundamental no apoio à revolução", explica. Além dos donativos, a Associação Comercial de Mogi também arrecadou ouro para financiar a lutar armada. "A campanha se chamava "Ouro para o Bem de São Paulo". Muitas famílias mogianas abriram mão de joias e fizeram doações na associação", relembrou o atual presidente da ACMC.
Barão de Jaceguai
Um dos principais corredores de ônibus de Mogi das Cruzes, a Barão de Jaceguai, que rasga o centro da cidade com seus 1,7 mil metros, se tornou o endereço fixo da Associação Comercial de Mogi em outubro de 1981. Hoje, já são 38 anos de Barão e mais de 40 em prol do fomento de novos negócios para a cidade. "Ao longo destes anos, a filosofia de trabalho foi se acentuando e a entidade, hoje, está entre as dez do Estado de São Paulo com o maior número de serviços prestados aos seus associados", detalha Zatsuga.
Atualmente, a ACMC conta com 1,5 mil associados. A meta para este mandato é chegar aos 2 mil membros. "Em outras ocasiões, chegamos a ter 1,7 mil associados e agora estabelecemos esta meta de 2 mil. Vamos trabalhar duro para isso".