O Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae) vai investir R$ 15 milhões na primeira etapa de reforma, ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Água (ETA) Centro. Os trabalhos devem ser iniciados ainda neste primeiro semestre. Com o investimento, a ETA passará a ter capacidade de 1,2 mil litros por segundo. Atualmente são 800 litros por segundo. De acordo com o diretor-geral da autarquia, Marcus Melo, o objetivo da iniciativa é garantir o abastecimento do município para os próximos anos. Todo o projeto está orçado em R$ 30 milhões e foi divido em etapas. As informações foram divulgadas ontem durante entrevista sobre os investimentos do Semae.
Melo afirmou que a obra tem como objetivo modernizar a estação, que foi construída na década de 1960. "Este projeto de reforma foi feito em 2014 e vamos executar uma parte dele neste ano. Se isto não for feito, daqui a 4 ou 5 anos não teremos água suficiente para a população. Estamos atualizando os valores do orçamento, que são de 2014, e a licitação será colocada na rua para contratar a empresa responsável", esclareceu.
Segundo o diretor, com a reforma e a ampliação, "o número de filtros será dobrado". "São seis novos filtros e já temos outros seis. São eles que permitirão a ampliação da capacidade de 800 litros de água por segundo para 1,2 mil. Isto foi pensado para o crescimento da cidade. A estação é bem antiga, de 1967, e temos que reformar os decantadores, os flocadores, os filtros e sistema de retrolavagem. É preciso mudar alguns conceitos do passado", disse.
Entre os investimentos que serão realizados nesta reforma está a implantação do sistema de dióxido de cloro, que será responsável por controlar o nível de manganês na água. O excesso do elemento trouxe uma série de problemas para os mogianos em novembro do ano passado. Apenas este equipamento receberá R$ 3 milhões de investimento.
O trabalho de reforma será feito com a ETA em funcionamento. Melo afirmou que mesmo com o aumento da capacidade de produção de água, a captação do rio Tietê continuará dentro do acordado com o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee).
Entre outros projetos para garantir o abastecimento da população está a construção do reservatório da Vila Moraes, que contará com um investimento total de R$ 14 milhões. Neste valor já está incluído o sistema de bombeamento e a distribuição. O projeto promete acabar com os problemas de desabastecimento da Vila Pomar, que junto com o Jardim Araci são os dois pontos que sofrem com a baixa pressão. A autarquia construirá ainda o reservatório do Oroxó e um em Jundiapeba.
Multas
Em 2009, o Semae aplicou 418 multas por diversos tipos de irregularidades ligadas ao serviço prestado pela autarquia, o que gerou quase R$ 76 mil para a autarquia. Em 2015, foram aplicadas 1.620 autuações por fraude e ligações clandestinas de água. Somadas, elas representam mais de R$ 855 mil. De janeiro a outubro, os consumidores pagaram R$ 431 mil deste montante.
O Semae informou ainda que, hoje, 91% dos hidrômetros têm menos de cinco anos, o que evitaria perdas. Em 2009, 75% dos hidrômetros tinham mais de 10 anos. No ano passado, 33.578 aparelhos foram substituídos. Em 2015, 6.493 ligações foram cortadas por inadimplência contra 2.808 em 2009.
O parcelamento de dívidas também chegou a 4.450 no último ano. Há seis anos, 46% da água utilizada em Mogi era da Sabesp, agora esse porcentual caiu para 35,53%. Em 2015, o Semae arrecadou R$ 124 milhões.