A Defesa Civil de Suzano atestou que o muro do condomínio residencial inundado no dia 26 de dezembro de 2015 pelas águas de uma valeta de drenagem localizada nos fundos da avenida Armando de Salles Oliveira não era de contenção, por isso não apresentava a estrutura necessária para suportar a força da água acumulada. O órgão, que vistoriou o local três dias antes do incidente, disse ainda que não era possível prever o problema e que situação semelhante já havia acontecido anteriormente no mesmo local.
De acordo com o laudo entregue após determinação de uma liminar concedida pela Justiça, o diretor do órgão, Acácio La Salvia, e o secretário de Defesa Civil e Social, Clóvis Paolete, afirmam que a área onde está a vala é monitorada desde 2015, conforme Relatório de Análises de Riscos de Enchentes e Inundações. Eles ressaltam que a equipe do órgão esteve no condomínio no dia 23 de dezembro e que na ocasião foi constatada a presença de larvas, de acúmulo de água numa altura de 15 centímetros nos fundos do empreendimento, mas que o muro que separava o condomínio da vala não "apresentava risco eminente de queda", apesar de ter "um provável comprometimento".
Após a inundação, onde toda a área comum do condomínio e onze apartamentos ficaram alagados, a Defesa Civil voltou ao local no dia do ocorrido e também em 6 de janeiro. Na segunda data, o órgão atestou que parte do canal apresentava-se totalmente assoreado, que o muro caído dava continuidade a um outro reforçado e que o mesmo já havia sido reconstruído após um "colapso parcial ocorrido em outro momento de alta pluviosidade".
A Defesa Civil destacou ainda que a estrutura em questão apresentava apenas as funções "limítrofes de área, sem características que a pudessem caracterizar como muro de contenção", sendo que, dessa forma, poderia cair com a pressão elevada da água que se acumulava na vala.
Tecnisa
A Justiça determinou um laudo também da construtora Tecnisa, responsável pela construção do empreendimento, sobre a qualidade do muro, mas a empresa ainda não se manifestou. Conforme o Dat apurou, a Tecnisa já foi notificada sobre o caso e terá 48 horas para apresentar suas informações sobre a estrutura que caiu.