A sucata de metal é a matéria principal do trabalho do artista mogiano Lúcio Bittencourt, que está com uma exposição em cartaz, a partir de amanhã, no ComVem Patteo Mogilar, em Mogi das Cruzes. Na mostra, marcada para permanecer no espaço mogiano até o dia 29 de fevereiro, o público pode conferir 20 obras do profissional em tamanhos variados. O centro cultural fica na rua Manuel de Oliveira, 269, no Mogilar. A entrada é gratuita.
Com mais 40 anos de carreira, Bittencourt iniciou a sua trajetória nas artes, quando ainda era criança. Integrante de uma família de artistas, em que o avô era escultor, o profissional tinha o hábito de esculpir em raízes e madeira, antes de descobrir que a sucata seria a grande parceira de sua arte. "Como via o meu avô esculpindo, pegava bananas, cuchu e outros para esculpir também. A sucata surgiu na minha vida quando fui funileiro de carros. Transformava-a em flores, por exemplo. Esse foi apenas o começo da minha carreira na área artística", comenta.
Conhecido mundialmente por suas criações, o artista é conhecido por produzir peças abstratas e figurativas. Para a exposição no ComVem Patteo Mogilar, o profissional selecionou obras que desenvolveu ao longo de sua vida profissional. "Como estou sempre com uma exposição em cartaz, vou produzindo novas obras. A mostra, que conta com várias épocas da minha carreira, é uma retrospectiva. Acredito que a inspiração, conforme o tempo passa, vem mais do trabalho. Chega um momento em que as coisas ficam automáticas e não é preciso mais esquentar a cabeça", explica o profissional, que acredita que a arte é como respirar.
Com mais de 12 mil obras produzidas, dentre elas 220 monumentos que chegam aproximadamente a 30 metros de altura, Bittencourt participou de mais de 2 mil exposições individuais e coletivas nacionais e internacionais.
Além de levar as suas obras para Portugal, Peru, França, Bolívia e Argentina, foi o primeiro brasileiro a participar do Salão Internacional de Paris. "Tenho peças espalhadas por todo o mundo e, por conta disso, sempre levo o nome de Mogi das Cruzes para outros países. Costumo produzir cerca de quatro obras ao mesmo tempo e o período de desenvolvimento de cada um a delas varia, porque nem sempre encontro o material que preciso", finaliza o escultor, que trabalha em seu ateliê, que fica no bairro do Botujuru.