O Espaço N de Arte e Cultura, sede do Teatro da Neura, retoma a sua programação com a peça "Traição - O Silêncio Lamenta", do grupo Cultuarte - Núcleo de Teatro Empresarial, que será encenada neste sábado às 20 horas. Com direção de Milene Haddad, o espetáculo conta com entrada no valor de R$ 10,
com meia-entrada para estudantes, idosos e moradores dos bairros Jardim Imperador e Cruzeiro do Sul, mediante comprovação de endereço. O centro cultural fica na rua José Garcia de Souza, 692, no Jardim Imperador, em Suzano.
Escrito por Diogenes Gonçalves, o monólogo convida os espectadores a imergir na história de Karen, interpretada pelo ator. A personagem está prestes a se casar e, apesar de se sentir uma princesa e aguardar ansiosamente o tão esperado momento, nota que pensamentos começam a atormentá-la. Sem conseguir evitar o que se passa em sua mente, deixa-se entregar à vida para ver a morte. A peça, que será encenada pela segunda vez no Espaço N, conta com música ao vivo, interpretada pelo também ator Eduardo Dias. Ele tocará na dança inicial do espetáculo.
Segundo o autor, a produção, que foi inspirada no surreal, no existencialismo e no teatro do absurdo, foi escrita a partir do sonho de uma amiga. "Ela relatou que os protagonistas do sonho eram dois amigos em comum e que ambos apareciam, um vestido e branco e o outro de preto, ensanguentados em um de nossos ensaios. Depois, surgiu um senhor com uma igreja de fundo, além de pássaros e uma cobra. O espetáculo também remete ao simbolismo, que é trabalhado por meio de espelhos e radiografias, presentes nas cenas", comenta ator.
Ainda de acordo com Gonçalves, o monólogo conta com temas que envolvem as mulheres, como quebra de tabus, sexualidade, virgindade, aborto e opressão, que o sexo feminino sobre em tempos atuais. "Quando a mulher decide ser dona de sua vida, a sociedade faz com que ela arque com as consequências. A ideia de Karen ser interpretada por um homem surgiu para mostrar que as mulheres possuem um lado masculino, que também tem um lado feminino. O sexo feminino tem conquistado maior espaço e chegam até a desempenhar funções que eram dos homens", acredita.