Vive-se a era da cultura da negação! Ninguém assume o que de errado pratica. Agora, negar o que se fez é uma forma de cultivar a covardia e fortalecer a imaturidade.
Imaturos, os há por toda parte! E tendo como panorama o que se vive, sob as andanças da Operação Lava-Jato, que vem sendo realizada pela Polícia Federal, gostaria de refletir sobre a postura de certas pessoas, que ao praticar algo de ruim, ao fazer algo de prejudicial ao próximo, mesmo cientes do que estão fazendo, de alguma forma fere, o outro, até sua própria existência.
Quando suas ações afloram, negam, mentem e continuam na ilusão de que conseguirão enganar até o fim. 
Meu olhar se volta para a observação de depoimentos de políticos envolvidos na corrupção que assola o País, e, do mesmo modo, também para a análise de minhas negações diante de situações capazes de gerar algum sentimento de medo, rejeição ou até mesmo, vergonha.
Diante das múltiplas experiências e conselhos que dizem, se não existem provas: negue! Que não se trata, diga-se de passagem, apenas do caso de políticos: toda delação premiada só é aceita se houver provas do que é afirmado.
Assim se alimenta uma existência emocional sem maturidade por causa da falta de coragem em assumir erros, limitações, medos, fora outros sentimentos que dariam nova dimensão às nossas vidas, caso fossem encarados de frente e não escamoteados, na ilusão da impunidade.
Abraço cada vez mais a convicção de que toda maturidade emocional está muito relacionada ao enfrentamento de nossos erros, impotências, fraquezas, inseguranças.
Ao se assumir o erro que foi praticado, crescemos e aprendemos, ou seja, melhoramos. Todo aquele que experimenta o sentimento de vergonha ao assumir uma mentira não permanece o mesmo.
Todo aquele que sente a perda da confiança da pessoa amada, reconhece o valor de resistir à tentação da infidelidade, seja ela qual for.
É possível mudar! É preciso perguntar a si mesmo: o que se deve assumir para então mudar de fato? Nossa existência não sustenta por muito tempo o engano construído sobre nós mesmos.
É tempo de tirar o véu, assumir as fraquezas e fortalecer as emoções a partir da descoberta de que sempre se precisará melhorar.
Amadurecer é permitir dizer sim com coragem, mesmo correndo o risco de perder, uma vez que na perda aprende-se a evitar o que não deve ser feito para manter a dignidade, a lealdade, o amor e a transparência, o que só é possível quando se assume e se pára de negar o erro cometido. Afinal, perante o altar da consciência, é impossível negar tudo aquilo que se praticou de mal.