Cerca de 44% dos brasileiros apresentam sintomas de problemas respiratórios, conforme pesquisa recém-divulgada pelo Ibope. As mulheres, em muitas dessas doenças, aparecem como as mais afetadas. No Brasil, a asma, por exemplo, faz mais vítimas entre o sexo feminino: cerca de 3,9 milhões de mulheres apresentam a enfermidade contra 2,4 milhões de homens asmáticos, com base em dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Uma corrente de alergistas, entretanto, defende que o principal fator está relacionado à influência negativa de determinados hormônios sexuais femininos em seu sistema imunológico. Desenvolvido por médicos do Brasil Sem Alergia em parceria com pesquisadores da Universidade de Mumbai e da Universidade do Texas, um trabalho científico, por exemplo, indicou que mulheres grávidas são mais suscetíveis a infecções respiratórias em comparação a não gestantes. A pesquisa, que foi realizada na Índia e publicada na International Journal of Health and Allied Sciences, confirmou que grávidas têm mais chances de evoluir para quadros mais graves de doenças respiratórias devido à maior presença de hormônios sexuais.
"Durante a gestação há uma verdadeira explosão hormonal que leva a uma grande desregulação no sistema imune das mulheres. O crescimento descontrolado da progesterona, causadora desse distúrbio, acaba gerando muitas complicações respiratórias", explica o coordenador técnico do Brasil Sem Alergia, o médico alergista Marcello Bossois. O especialista ressalta que tal influência dos hormônios femininos não ocorre apenas no caso de grávidas. 
A alergia hormona pode surgir desde a adolescência até a sua fase madura. Causador de incômodos nas vias respiratórias, o problema poderá aparecer em diversos períodos da vida das mulheres, mas é mais comum no início da puberdade, na gestação, na chegada da menopausa ou em períodos pré-menstruais. O problema não tem um tratamento específico. Segundo os médicos, a prevenção consiste num tripé terapêutico: controle do ambiente doméstico, controle alimentar e administração da imunoterapia para mulheres alérgicas.