A Câmara Técnica de Política para Mulheres do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê e Região (Condemat+) reuniu na manhã desta terça-feira (27) representantes de projetos importantes que tem como foco o público feminino. O encontro serviu para ampliar o olhar do poder público local acerca dos desafios da autonomia e independência feminina e também em relação às alternativas de acolhimento nos casos de violência doméstica.

A primeira apresentação foi do programa Acolhe, do Instituto Avon/Natura em parceria com o Grupo Accor, que oferece hospedagem temporária às mulheres vítimas de violência que precisam sair dos seus lares de forma imediata. O Condemat+ integra a rede deste programa desde 2022 para os 14 municípios consorciados.

A coordenadora de Políticas Públicas de Violência contra às Mulheres, do Instituto Avon/Natura, Ivanda Sobrinha, apresentou um panorama sobre a percepção das mulheres ante as medidas de prevenção e também as ações do programa Acolhe. Na ocasião, ela reforçou a necessidade de integração entre os serviços públicos e o acompanhamento das vítimas. Com sua experiência no campo da defesa das mulheres, ela detalhou a fase mais delicada para elas.

"O momento mais crítico é quando ela decide sair da relação. A situação tende a se agravar e é onde acontecem as maiores violências, tanto físicas quanto psicológicas. Por isso, o acolhimento e, muitas vezes, a saída de casa é importante", afirmou.

Numa outra vertente, mas ainda relacionada às mulheres, o assunto foi empreendedorismo como instrumento de transformação social com a consultora de Projetos e Programas Especiais do Sebrae-SP e Gestora Estadual do Sebrae Delas, Ana Flávia Silva. Ela trouxe dados relevantes do setor na qual as mulheres despontam nas atividades autônomas.

"Temos mais escolaridade do que os homens, empreendemos mais, somos melhores pagadoras, mas faturamos menos porque não temos confiança no nosso potencial", destacou.

Com um indicador de que 55% das mulheres empreendem por necessidade, sobretudo por falta de vagas no mercado de trabalho, Ana Flávia acredita que é preciso ainda estabelecer uma ponte entre as autônomas e as empresas que podem ser potenciais clientes, de forma a alavancar os negócios movidos pelas mulheres.

Com um leque de possibilidades, a presidente do Fundo Social de Arujá e coordenadora da CT de Políticas para Mulheres, Clau Camargo, afirmou que as  gestoras municipais terão "muita lição de casa". O contato com uma realidade mais ampla e alternativas possíveis de fomentar a independência econômica, a segurança e a empatia, abriu as portas para muitos caminhos dentro da esfera pública.

"Foram muitas sementes plantadas aqui para que a gente possa trabalhar, cada uma em sua realidade, mas com a mesma finalidade: contribuir para uma situação mais digna para as mulheres", afirmou Clau.

Participaram do evento a coordenadora adjunta da CT, primeira-dama de Biritiba Mirim, Roberta Taino; a primeira-dama de Suzano e presidente do Fundo Social, Déborah Rafful; a presidente do Fundo Social de Mairiporã, Lúcia Naf; a presidente da Frente Parlamentar Feminina do Alto Tietê, vereadora de Arujá, Cristiane Araújo Pedro de Oliveira; as vereadoras Priscila Yamagami, de Mogi das Cruzes; Carlinda Tinôco, de Guarulhos; Selma Francisca dos Santos, de Ferraz de Vasconcelos; e Vanessa Martins, de Guararema; as secretárias da Mulher de Mogi das Cruzes, Livia Bolina, e de Poá, Laudijane Cavalcante; a delegada de Polícia Ana Flávia Ferreira; a gerente do Sebrae Alto Tietê, Gilvanda Figueirôa; e representantes das cidades consorciadas.