O prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha (Podemos), recebeu a Imprensa, acompanhado de secretários municipais, nesta quarta-feira (18) para rebater os problemas apontados pela equipe de transição da prefeita eleita Mara Bertaiolli (PL), que foram destacados na audiência pública realizada na Câmara de Mogi na última terça-feira (17). Um dos pontos foi as contas a pagar no valor de R$ 470 milhões. Segundo Cunha, R$ 420 milhões desse total é referente a empréstimos feitos em gestões anteriores, sendo que R$ 50 milhões foram contratados em seu mandato para o programa de recuperação asfáltica Nova Mogi. 

Para Cunha, sua gestão foi mostrada de forma pejorativa no evento realizado na Câmara, não reconhecendo o trabalho realizado de forma dedicada e comprometida de seu secretariado. Questionado sobre a continuidade do processo de transição, o prefeito disse que foi finalizado relatório final, que por pensar na cidade, foi mantida a cordialidade e aberta as portas da prefeitura, inclusive com a senha de acesso, porém, não há mais clima para continuar o trabalho de transição. 

Na coletiva, o secretário municipal de Saúde, William Harada, que já esteve à frente da pasta de Finanças, afirmou que o balanço divulgado pela equipe de transição se refere a dados até novembro, e a Prefeitura deve terminar o ano com superávit, mesmo com a redução de repasses e os desafios enfrentados pelas prefeituras de forma geral. Porém, ainda não é possível definir o valor. 

Harada e Cunha destacaram que o contingenciamento de despesas, anunciado no início de novembro, contribuiu para o superávit. O prefeito ainda disse que em cada ano de mandato foram pagos cerca de R$ 100 milhões em dívidas contraídas em gestões anteriores. 

Gabriel Bastianelli, coordenador de Transição e Secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, afirmou que o processo de transição foi conduzido com parcimônia e proximidade, com toda a documentação sendo entregue dentro do prazo combinado. Segundo ele, além das 32 reuniões técnicas realizadas com a equipe da futura gestão, outras 32 reuniões foram promovidas internamente com as pastas envolvidas. O prefeito disse que foi criada uma conta de acesso ao sistema com todos os processos da Prefeitura para a nova gestão.  

Saúde 

Na área de Saúde, Harada falou sobre a Maternidade Municipal, que foi concluída pela atual gestão, mas que, segundo ele, não tinha planejamento do custo para manter o equipamento em funcionamento. Ele afirmou ainda que o trabalho da gestão passou pela pandemia e ao longo dos anos foi voltado para o custeio dos equipamentos de saúde para melhor atender a população. De acordo com ele, filas de exames e consultas em especialidades, apontado no relatório da equipe de transição, competem ao Estado. 

A regionalização da saúde pelo Governo do Estado também foi abordada, e segundo Harada, está prevista a revisão da forma de operação dos equipamentos de saúde da cidade. 

Educação 

Na Educação, o prefeito destacou que havia falta de professores no início da gestão, mas houve a contratação em seu mandato de 473 profissionais da Educação. Atualmente, segundo ele, o número de professores está exato, mas há o problema do absenteísmo. Cunha disse ainda que a merenda da cidade é uma das mais saudáveis do mundo, que não há problema no repasse para as instituições subvencionadas, e que o uniforme foi o mais completo em comparação a gestões anteriores. 

De acordo com a secretária de Educação, Marilu Beranger, todas as informações solicitadas pela equipe de transição foram repassadas. A pasta realiza no momento a atribuição de classes para professores, sendo que há 48 classes em aberto e 74 profissionais podem fazer a escolha. De acordo com ela, a merenda conta com variadas fontes de proteína e produtos da agricultura familiar.

Sobre a Escola Clínica TEA, voltada para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que na audiência foi dito que não tem critério de trabalho, Marilu disse que o plano de trabalho do equipamento foi construído a muitas mãos, com a participação de mães atípicas e profissionais da área. Quantos a lista de espera para vagas nas creches, a chefe da pasta disse que o número seria de 1.361, diferente dos 2.990 apontados, e em vez de 3 mil tablets no almoxarifado, estariam três. 

Segurança 

O prefeito também falou sobre o Centro de Operações Integradas (COI), que, segundo ele tem sido referência para outras localidades, como a visita recebida do governo do Mato Grosso do Sul. O equipamento, segundo o secretário de Segurança, Augusto Cesar Barbosa, é integrado com a Polícia Militar e a cidade conta também com a muralha eletrônica. A Defesa Civil, por sua vez, de acordo com o chefe da pasta, tem o apoio da Assistência Social para a oferta de colchões e cestas básicas. 

Também foram destacados projetos e ações da atual gestão nas áreas de Habitação, Mobilidade Urbana, Cultura e Assistência Social, com resultados, segundo equipe de Cunha, diferentes dos apresentados pela transição da futura gestão. Sobre o Corredor Nordeste, a equipe do prefeito, afirmou que foi preciso refazer os projetos, obter os licenciamentos ambientais, para que as obras caminhassem e chegassem a 30% do total.