O espetáculo 'Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos', premiada montagem da Companhia de Teatro Heliópolis, com encenação de Miguel Rocha e texto de Dione Carlos, desembarca em Mogi das Cruzes no próximo sábado (27). A apresentação gratuita será no Theatro Vasques (Rua Dr. Corrêa, 515 - Largo do Carmo, Centro), às 17h, com interpretação em Libras. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes do espetáculo. 

No mesmo dia, os integrantes da Companhia de Teatro Heliópolis vão ministrar uma oficina de teatro gratuita para os interessados, maiores de 16 anos, na Sala Multiuso Wilma Ramos do Centro Cultural de Mogi Das Cruzes (Praça Mons. Roque Pinto de Barros, 360 - Centro), das 10h às 12h. Mais informações pelo e-mail producao.cth.c@gmail.com ou pelo telefone (11) 2060-0318 (WhatsApp).

Em 2022, a montagem ganhou o Prêmio APCA (Dramaturgia; indicado também em Direção), Prêmio SHELL de Teatro (Dramaturgia e Música; indicado ainda em Direção), VI Prêmio Leda Maria Martins (Ancestralidade) e foi relacionado entre os Melhores Espetáculos do Ano pela Folha de S.Paulo. 

A montagem aborda a forte presença feminina no contexto do cárcere. O enredo parte da história das irmãs Maria dos Prazeres e Maria das Dores, cujas vidas são marcadas pelo encarceramento dos homens da família: primeiro, o pai; depois, o companheiro de uma; agora, o filho da outra. Dentro do presídio, o jovem Gabriel - que sonha em ser desenhista - aprende estratégias de sobrevivência para lidar com as disputas internas de poder e a falta de perspectivas inerente ao sistema carcerário. 

Enquanto a mãe enfrenta o sistema jurídico na tentativa de libertar o filho preso injustamente, lutando pela subsistência da família e do filho, sua irmã é refém do ex-companheiro a quem deve garantir suporte no presídio, sem direito a uma nova vida conjugal. O espetáculo mostra que os saberes ancestrais resistiram à barbárie e atravessaram os séculos nos corpos, nas vozes e nas crenças das/dos africanas/nos que, escravizados/as, fizeram a travessia do Atlântico. Iansã, Rainha Oyá, a deusa guerreira dos ventos, das tempestades e do fogo não abandonou o seu povo. Ela permanece iluminando caminhos e inspirando fabulações para que seus filhos e filhas experimentem, por fim, a liberdade.

As apresentações e oficinas integram o projeto  'Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos' -  Circulação, contemplado pela Lei Paulo Gustavo SP - Edital Nº 20/2023 - Difusão, segue em circulação por cidades do estado de São Paulo. Em maio, foi a vez de Suzano, e o roteiro também inclui Araraquara, Campinas, Cerquilho, Itatiba, Praia Grande, Jacareí, Limeira, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Sorocaba, Tatuí, Taubaté, Vinhedo e Votorantim.

FICHA TÉCNICA - 

Encenação: Miguel Rocha. 

Assistência de direção: Davi Guimarães. 

Texto: Dione Carlos. 

Elenco: Antônio Valdevino, Dalma Régia, Davi Guimarães, Isabelle Rocha, Jefferson Matias, Jucimara Canteiro, Priscila Modesto, Vitor Pires e Walmir Bess. 

Direção musical: Renato Navarro. 

Assistência de direção musical: César Martini. 

Musicistas: Alisson Amador (percussão), Amanda Abá (violoncelo), Denise Oliveira/Renato Pereira (violino) e Jennifer Cardoso/Victoria Liz (viola). 

Cenografia: Eliseu Weide. 

Iluminação: Miguel Rocha e Toninho Rodrigues. 

Figurino: Samara Costa. 

Assistência de figurino: Clara Njambela. 

Costureira: Yaisa Bispo. 

Operação de som: Lucas Bressanin/Eduardo Gorck. 

Operação de luz: Nicholas Matheus e Victor Isidro (vicc). 

Cenotecnia: Wanderley Silva. 

Provocação vocal, arranjos e composição da música do ‘manifesto das mulheres’: Bel Borges. 

Provocação vocal, orientação em atuação-musicalidade e arranjos - percussão ‘chamado de Iansã’: Luciano Mendes de Jesus. 

Estudo da prática corporal e direção de movimento: Érika Moura. 

Provocação cênica: Bernadeth Alves, Carminda Mendes André e Maria Fernanda Vomero.

Comentadores: Bruno Paes Manso e Salloma Salomão. 

Mesas de debates: Juliana Borges, Preta Ferreira, Roberto da Silva e Salloma Salomão, com mediação de Maria Fernanda Vomero. 

Orientação de dança afro: Janete Santiago. 

Direção de produção: Dalma Régia. 

Produção executiva: Leidi Araújo. 

Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. 

Consultoria de acessibilidade: Bruna Burkert. 

Design gráfico: Rick Barneschi. 

Fotos: Rick Barneschi, Tiggaz e Weslei Barba.

Idealização e produção: Companhia de Teatro Heliópolis.